

Rosália Amorim
Artigos publicados


A crispação está de regresso a Portugal
Crispação. Recorda-se do termo? Pois bem, ele está de volta. A sociedade começa a emanar níveis de irritação estridentes através do megafone que é a comunicação social e as redes sociais. Os portugueses estão crispados, de novo, mas estão também profundamente desapontados. Tristes e dececionados com os dirigentes políticos e, nalgumas situações, com os líderes empresariais.

O escrutínio que não devolve confiança aos eleitores
São 36 perguntas. É assim o novo mecanismo que vai escrutinar os nomes apontados pelo primeiro-ministro para futuros governantes. Foi aprovado esta semana em Conselho de Ministros e, poucos minutos depois da aprovação, houve nova demissão de um assessor no gabinete de António Costa, na sequência da condenação num processo judicial.

Desejos e deveres
Hoje inicia-se um novo ano. É dia de reinício, renovação e reinvenção. Em cada ano que começa, cada português volta a encher o seu coração de esperança num país melhor, mais sustentável, mais equilibrado, mais coeso e com menos ou, de preferência, nenhuns casos de corrupção, falta de ética e de respeito pelo bem público e de ausência de valores morais. E tem a esperança de que não se repitam, neste ou noutros governos, casos como o do ex-autarca de Caminha, Miguel Alves, ou da indemnização de Alexandra Reis, paga por uma empresa pública intervencionada pelo Estado e, portanto, sustentada por todos nós, os contribuintes.

Um novo e bélico Natal
A maioria de nós não se lembra, certamente, de desejar receber de presente de Natal o fim de uma guerra. É o desejo de muitos, mas não correspondido. Na Ucrânia o povo continua a sofrer após a invasão da Rússia que já leva quase um ano.

Pobreza e desesperança
O fosso entre ricos e pobres tem vindo a aumentar em Portugal. A pandemia fomentou as desigualdades e a guerra na Ucrânia veio agravá-las ainda mais. 40% das famílias vão ser empurradas até ao fio da navalha em 2023 pela inflação e pelos juros, lemos ontem no Dinheiro Vivo, que todos os sábados sai com o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias.

Dar novo uso ao corte e costura
As medidas tradicionais de cortes de custos nas empresas já não chegam, já não são suficientes. A crise inflacionista obriga a uma nova ginástica. Todos os empresários e quadros dirigentes já o sabem, afinal não há como acomodar tantos aumentos de preços e sobreviver é preciso.
Um estudo recente da Accenture revela que mais de três quartos das empresas (76%) cortaram custos para sobreviverem durante a pandemia. E hoje 90% dos gestores afirmam que deve ser adotada uma nova abordagem quanto à redução de custos que permita responder às contínuas disrupções e, simultaneamente, criar valor para as organizações. Ora aí está a grande questão: como cortar para preparar a empresa para o futuro, mas, já agora, sem matar a própria empresa?
A estratégia de encolher para sobreviver deve ter em conta as aspiração e desenvolvimento futuro da organização e das suas pessoas. Mas sabemos, todos, que nem sempre é assim. O memso relatório, que se baseia num questionário global a 2000 executivos de 15 indústrias diferentes, tem como uma das principais conclusões a urgência na mudança da estratégia de redução de custos tradicionalmente adotada.

E o grande vencedor do OE é…
O cenário macroeconómico inscrito pelo governo no Orçamento do Estado para 2023 dificilmente vai confirmar-se. A inflação, pelo que indicam as previsões, deverá ser mais alta e não há sinais de abrandamento da alta dos preços da energia tal como não há indicação de desaceleração das taxas de juro.

Fomentar o desenvolvimento
Todos os olhos estão postos na nova vida do Banco Português de Fomento (BPF). Agora que o primeiro-ministro deu posse à nova administração, a expectativa de que o BPF possa fazer a diferença na economia e no desenvolvimento nacionais é grande. O processo de escolha das duas mulheres, com braços de ferro, que passam a liderar a instituição demorou. Primeiro, os nomes escolhidos pelo governo tiveram de passar no crivo do Banco de Portugal. Depois de acendida a luz verde, foi preciso esperar que a anterior administração deixasse a casa arrumada e as contas fechadas para que as novas líderes colocassem a chave na porta e entrassem no hall.
