- Comentar

Se há jogos em que o intervalo muda muita coisa, este que o Benfica fez contra o Liverpool na Luz é um deles. Depois de 45 minutos a sofrer com a máquina de pressão montada por Klopp e chegarem ao intervalo a perder por 2-0, com golos de Konaté e Mané, os encarnados soltaram-se o suficiente para, com uma pequena prenda da defesa inglesa, chegarem ao 2-1, por Darwin. Ainda assim, Díaz, um velho conhecido do futebol português, não deixou em branco o regresso a Lisboa: fez o 3-1 final nesta primeira mão dos "quartos" da Champions.
O relato dos golos na TSF por António Botelho, com sonorização de José Manuel Cabo.
A festa na Luz fez-se desde cedo, não porque tenha sido marcado um golo madrugador ou havido uma jogada mais inspirada que fez as delícias de alguém, mas porque esta é uma noite europeia de alto gabarito. Com mais de 60 mil nas bancadas - três mil deles vindos da cidade dos Beatles - os protagonistas no relvado, especialmente os três da frente do Liverpool - Salah, Mané e o ex-FC Porto Luis Díaz - eram motivo de entusiasmo.

Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Klopp, no banco, é também um homem capaz de chamar a si algum do melhor protagonismo, mas foram mesmo os três lá da frente quem fez mexer o jogo desde cedo. Salah, aos nove minutos, já aparecia na cara de Vlachodimos.
Aliás, o grego mal conseguiu respirar nos minutos seguintes. Primeiro Keita e depois Alexander-Arnold voltaram a obriga-lo a aplicar-se para evitar o 1-0 ainda antes do primeiro quarto de hora.
Mas, como diz a sabedoria popular, santos da casa não fazem milagres. Salah bateu um canto a partir da esquerda e Konaté, do alto do seu metro e 94 centímetros de altura, cabeceou sem oposição ao segundo poste. Vlachodimos não podia fazer mais, mas a defesa encarnada podia, sim, ter tratado muito melhor do lance.
Com 20 minutos de jogo, as estatísticas não mentiam: o Liverpool tinha 70% de posse de bola e o Benfica, por mais que tentasse, via-se com dificuldades para segura-la por mais de 30 segundos. E os ingleses iam acumulando remates à baliza.
Foi preciso esperar meia hora para se ver um Benfica a ganhar terreno com consistência. Darwin ia tentando fugir nas costas de Van Dijk e Konaté e numa dessas jogadas lá ganhou canto. Na conversão, Otamendi surgiu a cabecear, mas falhou a baliza. E o Liverpool aproveitou.
Alexander-Arnold, visto no mundo do futebol como um dos melhores defesas laterais modernos, inspirou-se na sua veia de médio e inventou um passe de 40 metros do corredor direito para o interior da grande área do Benfica. Díaz olhou para o lado, viu Mané e cabeceou-lhe a bola. O senegalês fez o resto: o 2-0.
O terceiro podia ter chegado à Luz mesmo em cima do intervalo, mas Vlachodimos disse novamente que não a Salah. E o Benfica voltou do intervalo a dizer sim aos golos.
Rafa avançou pela direita e cruzou para o centro da grande área. Konaté estragou o que tinha feito de bom na primeira parte, falhou por completo o corte e Darwin, nas costas, só teve de encostar.
Recomeçava a festa nas bancadas e estendia-se ao relvado. Com uma grande entrada na segunda parte, o Benfica aproximou-se mesmo do empate ao minuto 60, quando Everton surgiu à entrada da grande área e obrigou Alisson a defender na relva. Fabinho evitou a recarga.
Era um sinal de uma segunda parte bem conseguida por Nélson Veríssimo, que depois de praticamente 45 minutos a defender, conseguia soltar suficientemente a sua equipa. Tanto que, aos 81', não quis passar uma mensagem de gestão e apostou na entrada de Yaremchuk para o lugar de Everton. Darwin encostava à esquerda.
Serviu de pouco, cortesia de um ex-FC Porto. Keita isolou Luis Díaz no corredor central, o colombiano contornou Vlachodimos e fechou o jogo num 3-1.
Isto, porque Vlachodimos não deixou que Jota fizesse o quarto.
Onze do Benfica: Vlachodimos, Gilberto, Otamendi, Vertonghen, Grimaldo, Weigl, Taarabt (70'), Everton (81'), Rafa Silva, Gonçalo Ramos (85') e Darwin
Onze do Liverpool: Alisson, Trent Alexander-Arnold (89'), Van Dijk, Konaté, Robertson, Fabinho, Keïta (89'), Thiago Alcântara (61'), Mané (61'), Salah (61') e Luis Díaz
O jogo é arbitrado pelo espanhol Jesús Gil Manzano, assistido por Diego Barbero e Ángel Nevado. No VAR está Alejandro Hernández.
Suplentes do Benfica: Helton Leite, Meïte (70'), Seferovic, Yaremchuk (81'), Diogo Gonçalves, João Mário (85'), Lázaro, Radonjic, Gil Dias, André Almeida, Paulo Bernardo e Morato
Suplentes do Liverpool: Kelleher, Milner (89'), Firmino (61'), Gomez (89'), Henderson (61'), Oxlade-Chamberlain, Jones, Minamino, Diogo Jota (61'), Tsimikas, Matip e Elliott