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A seleção portuguesa venceu, este sábado, o Catar por 3-1 num jogo que Otávio tão depressa não vai esquecer: além de se estrear por Portugal, estreou-se também a marcar.
O médio fez o segundo golo da partida aos 25', dois minutos depois do golo inaugural de André Silva. Abdelkarim reduziu para os anfitriões do próximo Mundial, que jogaram toda a segunda parte reduzidos a 10 jogadores depois da expulsão do guarda-redes Barsham. Aos 89', Bruno Fernandes converteu uma grande penalidade a castigar falta sobre Jota para o 3-1 final. Khoukhi também acabaria por ser expulso ainda antes do fim da partida.
Ouça o Relato TSF dos golos do Catar-Portugal, por António Botelho.
Fernando Santos revolucionou o onze e aproveitou a ocasião para estrear Otávio na equipa das quinas. Mas, mais do que com jogadores, Fernando Santos também refrescou o sistema tático: o habitual 4-3-3 deu lugar a um 4-4-2 com o meio-campo organizado num losango.
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A única certeza parecia ser a de que Rúben Neves jogava no vértice mais recuado. Otávio ia surgindo à direita e João Mário à esquerda, com o miolo a pertencer a João Moutinho, mas todos trocavam entre si.
A diferença entre rotação e alta rotação ficava, no entanto, a cargo do Catar: aos oito minutos já somava dois remates perigosos à baliza de Anthony Lopes, um deles defendido pelo poste.

Esquecidos os sustos, Portugal tomou naturalmente conta do jogo e, aos 23', conseguiu chegar ao golo. João Mário cruzou a partir da esquerda e descobriu André Silva que, ao segundo poste, cabeceou para o fundo da baliza de Barsham.
Fez tudo parecer mais fácil. No reinício da partida, André Silva pressionou com sucesso a defesa do Catar, deu a João Mário e este fez a bola chegar a Gonçalo Guedes. Também a partir do corredor esquerdo, o avançado cruzou para a zona do penálti onde surgiu Otávio a saltar e cabecear - movimento raro do jogador - para o 2-0.
Com Portugal a criar perigo de forma continuada, Gonçalo Guedes arrancou, aos 40', sozinho em direção à baliza de Barsham e, foi derrubado pelo guarda-redes. Gergo Bogár começou por assinalar fora de jogo, mas, alertado pelo VAR - e depois de ver as imagens - acabou por decidir pela expulsão.
Entrou Yousof Hassan para a baliza, Alahrak foi o sacrificado. Na conversão do livre direto que daí nasceu, mesmo antes do intervalo, Moutinho esteve muito perto do 3-0.
Com 60' de jogo - e logo depois de João Mário ter ficado muito perto do golo após cruzamento de Otávio -, Fernando Santos fez as primeiras substituições, lançando Jota e Bruno Fernandes para os lugares de André Silva e Moutinho.
Correu melhor para o Catar: canto sobre o lado direito do ataque e Abdelkarim, sem marcação, cabeceou para as redes defendidas por Anthony Lopes. Fernando Santos respondeu com as entradas de Trincão e Rúben Dias para os lugares de João Mário e Ruben Neves.
Portugal passava a jogar no habitual 4-3-3, com Danilo - agora capitão - a subir no terreno para ocupar o meio-campo, acompanhado por Bruno Fernandes e Otávio. Nota para Trincão que, nesta partida, alinhou com o "7" de Cristiano Ronaldo nas costas.
A jogar contra dez e a poder fazer a gestão do jogo como queria, Portugal instalou-se no meio-campo do Catar, optando por um jogo paciente, com a bola a viajar entre corredores, à espera do momento certo para um passe ou cruzamento certeiro... Quando era possível encontrá-los, o que se revelou complicado.
Aos 80' entravam Rafa e Guerreiro para os lugares de Nuno Mendes e Gonçalo Guedes. Mas foi Jota quem encontrou o caminho para o golo: aos 84' disparou em direção à baliza após passe de Bruno Fernandes e só parou quando foi travado em falta.
Bruno Fernandes assumiu a marcação da grande penalidade e venceu o duelo com Hassan, fazendo o 3-1 aos 88'. Khoukhi acabaria por ser também expulso pouco depois, o que significava que o Catar acabava o jogo reduzido a nove.
Onze do Catar: Barsham, Alrawi, Khoukhi, A. Hassan, Pedro Correia, Alahrak, Boudiaf, Hatim, Elamin, Ali e Afif
Onze de Portugal: Anthony Lopes; Nélson Semedo, Domingos Duarte, Danilo, Nuno Mendes; Rúben Neves, João Moutinho, João Mário; Otávio, Gonçalo Guedes, André Silva.
O defesa Pepe e o médio João Palhinha não estiveram presentes devido a problemas físicos e Cristiano Ronaldo foi dispensado da equipa nacional. O árbitro foi o húngaro Gergo Bogár, assistido pelos compatriotas Péter Garai e Norbert Bornemissza.
Este jogo surge no meio de uma jornada dupla na qualificação para o Mundial, que acontece precisamente no Catar: o próximo jogo oficial acontece na próxima terça-feira, frente ao Azerbaijão.
Suplentes do Catar: Hassan, Abunada, Albayati, Saman, Alaaeldin, Suhail, Abdurisag, Alhaydos, Khidir, Moein Doozandeh, Al-Barik e Madibo;
Suplentes de Portugal: Rui Patrício, Diogo Costa, Rúben Dias, Guerreiro, João Cancelo, Palhinha, Bernardo Silva, Bruno Fernandes, Rafa, Trincão, Diogo Jota.