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Portugal não está habituado a não ter de fazer contas para seguir em frente em competições. No apuramento para este Mundial foi preciso ir ao play-off, no Euro 2020 foi preciso ser o melhor terceiro classificado das fases de grupos e já em 2018 o apuramento no segundo lugar chegou a estar incerto.
Por contraste, esta tarde, em Doha, para uma seleção nacional já apurada e sem precisar de fazer contas o jogo terá sido de uma tranquilidade tão incomum que acabou por tornar-se perigosa, não para o apuramento, mas para o resultado: é que, durante mais de uma hora, - porque o Uruguai venceu o Gana - a Coreia do Sul esteve a um golo de derrotar Portugal e apurar-se no segundo lugar.

Ora, sabendo disso, tentou, acreditou, e conseguiu mesmo marcar depois dos 90 minutos para vencer os lusos. Seguiram-se oito minutos de sofrimento até que acabasse o tempo de descontos do Gana-Uruguai, mas tudo acabou em festa para os comandados por Paulo Bento: os sul-americanos venceram por 2-0, mas a Coreia apurou-se por ter marcado mais golos no torneio (4).
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Para a despedida do Grupo H, Fernando Santos optou por lançar sangue jovem na seleção: António Silva - o mais jovem de sempre a representar os portugueses em Mundiais -, Matheus Nunes e Vitinha entraram no onze, e Ricardo Horta surgiu lá na frente ao lado de Cristiano Ronaldo.
De resto, Cancelo voltou a surgir no onze, mas do lado esquerdo da defesa - à imagem do que também faz no Manchester City -, porque Dalot foi titular no corredor direito. E em boa hora o foi: Pepe lançou-o no corredor, o lateral foi à linha e cruzou para a entrada da pequena área, onde surgiu Ricardo Horta, de primeira, a finalizar.
A entrada lusa a todo o vapor valeu um golo madrugador e alguma tranquilidade, pelo menos até aos 15', quando apanhou um susto. Houve cruzamento do lado esquerdo do ataque sul-coreano e, depois de um desvio ao primeiro poste a que Diogo Costa respondeu com uma grande defesa, a bola entrou mesmo. A jogada acabou por ser anulada por fora de jogo de Kim Jinsu.
Ora, ficou dado o aviso. Um minuto depois de, no outro jogo do grupo, o Uruguai ter feito o 1-0, os portugueses sofriam o empate após um pontapé de canto à esquerda. Cristiano Ronaldo baixou-se e viu a bola bater-lhe nas costas e escapar para os pés de Kim Younggwon, que não desperdiçou.
E para completar este carrossel de golos, o Uruguai voltava a marcar contra o Gana: bis de Arrascaeta. Assim, perante esta combinação de resultados, a Coreia estava a um golo do apuramento no segundo lugar. Mais soltos, os asiáticos foram jogando cara a cara com Portugal e quase pagaram o preço quando, em cima do intervalo, o guarda-redes Kim Seung-gyu defendeu para a frente: Ronaldo, sozinho, cabeceou ao lado.
Era mais um sinal de um jogo azarado do capitão português. Logo no início da segunda parte, dentro da grande área e depois de um cruzamento a partir da esquerda, também falhou não um remate, mas a bola: o pé esquerdo fez todo o movimento, mas nunca a encontrou.
A um golo do apuramento, os sul-coreanos voltavam a ser quem tinha mais vontade de marcar. Son Heung-min, estrela da equipa que tem passado ao lado do Mundial, começava a pedir apoio às bancadas.
Fernando Santos começou a responder a partir do banco: abdicou de Ronaldo, Matheus Nunes e Rúben Neves para entrarem André Silva, Rafael Leão e Palhinha. Do lado coreano, o ponta de lança Hwang foi lançado para o lugar de Lee Jaesung. Mais pressão, pé mais pesado no acelerador coreano e um Diogo Costa a precisar de se aplicar para, uma vez mais, impedir a reviravolta.
É certo que os portugueses não estão habituados a não ter de fazer contas na última jornada de uma fase de grupos, mas os coreanos tinham mesmo a calculadora na mão e estavam claramente à procura das contas certas. Já Portugal ia acusando a tranquilidade de um apuramento conseguido logo à segunda jornada. E a Coreia tanto tentou, que lá chegou.
Já depois dos 90', Son disparou para a baliza portuguesa e, quando chegou à entrada da grande área, lançou Hwang no espaço: o ponta de lança não desperdiçou, marcou e colocou os coreanos a minutos do apuramento no segundo lugar. No fim, foram felizes.
Onze da Coreia do Sul: Seung-gyu Kim; Moon-hwan Kim, Young-gwon Kim, Kyung-won Kwon, Jin-su Kim; In-beom Hwang, Woo-young Jung; Kang-in Lee, Jae-sung Lee, Heung-min Son; Gue-sung Cho.
Onze de Portugal: Diogo Costa; Dalot, Pepe, António Silva, Cancelo; Matheus Nunes, Rúben Neves, Vitinha e João Mário; Ricardo Horta e Ronaldo.
Suplentes da Coreia do Sul: Bum-keun Song, Hyeon-woo Jo, Jong-gyu Yoon, Min-jae Kim, Chul Hong, Tae-hwan Kim, Yu-min Cho, Seung-ho Paik, Jun-ho Son, Chang-hoon Kwon, Woo-yeong Jeong, Hee-chan Hwang, Ui-jo Hwang, Sang-ho Na, Min-kyu Song.
Suplentes de Portugal: Rui Patrício, José Sá, Rúben Dias, Guerreiro, Palhinha, Bruno Fernandes, Bernardo Silva, William Carvalho, André Silva, João Félix, Rafael Leão, Gonçalo Ramos.

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