Pote e Nuno Santos: os Puskás em potência que deram a mão a Adán para eliminar o Arsenal

Veja os golos. Adán defendeu o penálti de Martinelli e colocou o destino leonino nos pés de Nuno Santos, que não falhou. Antes, Pote apresentou a sua candidatura ao prémio Puskás quando fez o empate em Londres.

O Sporting venceu esta quinta-feira o Arsenal em Londres e garantiu um lugar nos quartos de final da Liga Europa depois de um empate a uma bola no final dos 90' regulamentares e do prolongamento. Xhaka, ainda na primeira parte, deu vantagem aos ingleses, que viram Pote candidatar-se ao prémio Puskás com um remate do meio-campo para empatar o jogo.

Na hora da decisão da marca dos 11 metros, St. Juste, Esgaio, Gonçalo Inácio, Arthur começaram por marcar quatro penáltis, com as respostas certeiras Odegaard, Saka e Trossard para os ingleses, Mas quando Adán defendeu o penálti de Martinelli, um outro candidato ao Puskás teve no pé esquerdo o destino do Sporting e selou-o: Nuno Santos não deu hipóteses a Ramsdale.

Os leões já sabiam de antemão que, fruto de cartões amarelos no jogo de Lisboa, não podem contar com o capitão de equipa Coates e com o médio japonês Morita. Amorim apostou em Matheus Reis no corredor esquerdo e confiou em Diomande para ser titular mesmo no meio da linha de três centrais do Sporting.

Já Arteta tinha optado por lançar Tomiyasu no corredor direito da defesa. O japonês foi interveniente acidental de um momento de inspiração de Trincão e acabou o jogo ainda antes dos dez minutos: o português trocou-lhe as voltas de tal forma que o defesa londrino caiu desamparado e lesionou-se. Ben White entrou para o mesmo lugar.

Era sinal da bela entrada em jogo não só do Sporting, mas em especial de Trincão: Esgaio desmarcou-o sobre a direita, o extremo tirou Zinchenko do caminho e rematou tenso e cruzado para fazer Ramsdale voar. A bola não passou longe, começava a fazer o Sporting carburar... e fazia o Arsenal acordar.

Jorginho, com um único passe - mais um em tantos outros numa carreira de lançador -, rasgou toda a defesa do Sporting. Esgaio ficou no relvado depois de falhar o corte, Martinelli aproveitou para aparecer nas costas e rematou. Adán negou-lhe o golo, mas a bola saiu com tanta força que foi cruzar-se com Xhaka: à entrada da grande área, rematou para o 1-0.

Enquanto se celebrava no Emirates, Saliba dizia que não dava para continuar: aos 21', teve de dar o lugar a Holding. Só aos 28' é que o Sporting conseguiu libertar-se do golo sofrido para dar uma resposta. Edwards apareceu a correr sozinho com Zinchenko no meio-campo inglês e levou o ucraniano até à sua própria grande área. Quando lá chegou, escolheu travar, perdeu o ângulo de remate e atirou contra o adversário.

A partir daí, pouco ou nada se acertou no ataque do Sporting. Numa das melhores saídas até ao intervalo, Edwards voltou a conduzir a bola até à entrada da grande área e, quando podia lançar Paulinho no espaço em direção à linha final, desperdiçou ao fazer um passe demasiado comprido. Tão comprido que Ramsdale saiu da baliza para escoltar a bola até fora das quatro linhas.

A transfiguração

A ida aos balneários acabou por fazer bem ao Sporting, que logo no início da segunda parte viu Ugarte inspirar-se em algo maradoniano para levar meia equipa do Arsenal à frente. Quando chegou perto de Ramsdale, entregou a Paulinho, mas o avançado não conseguiu sequer virar-se para a baliza perante Gabriel Magalhães.

A boa entrada leonina na segunda parte confirmou-se em mais duas jogadas consecutivas, com Pote e Esgaio a serem os protagonistas das investidas. A última delas terminou novamente em Paulinho, que por pouco não chegou a tempo de desviar para a baliza uma bola enviada para a pequena área.

E se numa semana o Sporting se candidatasse não a um, mas a dois prémios Puskás? Foi precisamente o que aconteceu, cortesia de um clássico moderno chamado Pote: depois de ganhar a bola no círculo central, avançou poucos metros e foi logo dali. Ramsdale não estava na baliza e Pote só lá tinha a cabeça: levantou a bola e fê-la entrar no canto superior da baliza a pouco menos de 50 metros de distância.

Crescia mais e mais o jogo leonino. Na jogada seguinte, Paulinho obrigou Ramsdale a aplicar-se para evitar o 2-1 na sequência de um canto. Minutos depois, era Edwards que deixava o guarda-redes inglês no chão num um para um que também podia ter virado o jogo.

O Sporting dominava, sem espaço para dúvidas, o líder da Premier League em pleno Emirates e Amorim não queria defender nada: em cima dos 90', ainda sem saber se havia ou não prolongamento, lançou Chermiti para o lugar de Paulinho. Nada mudou até ao final dos 90' e o prolongamento passou de hipótese a realidade.

Como se tornou também real a impossibilidade de Pote continuar em jogo: Amorim lançou Essugo para o lugar do autor do golo da noite, aproveitando para lançar também Nuno Santos - outro candidato a melhor golo do ano - no lugar de Matheus Reis.

Os da casa foram os primeiros a querer dar um pontapé no empate: Trossard desmarcou-se nas costas de um Diomande adormecido e acelerou imediatamente ao encontro de Adán. Corajoso, o espanhol saiu-lhe aos pés e defendeu com a mão direita para o poste. E assim se cumpriram 15 minutos de tira-teimas.

Uma vez mais, foram os da casa quem quis dar o primeiro pontapé no empate: Partey surgiu sozinho à entrada da grande área, mas atirou ao lado. A partir daí, como diz a sabedoria de sempre, "cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém" e o Sporting não ia estragar ali o ditado. Aliás, o Arsenal quase o estragou, aos 116', mas Adán fez mais um daqueles voos e evitou o empate a cabeceamento de Gabriel Magalhães.

Quem não ajudou foi Ugarte que, no minuto seguinte, viu o segundo amarelo e deixou o Sporting a jogar com dez em Londres. Amorim lançou imediatamente Tanlongo para o lugar de Edwards. Passou o susto, chegou o assombro: era hora de ir a penáltis.

Onze do Arsenal: Ramsdale, Tomiyasu, Saliba, Gabriel Magalhães, Zinchenko, Xhaka, Jorginho, Fábio Vieira, Nelson, Martinelli e Gabriel Jesus

Onze do Sporting: Adán, Gonçalo Inácio, Diomandé, St. Juste, Matheus Reis, Ugarte, Pote, Esgaio, Edwards, Trincão e Paulinho

O jogo foi arbitrado pelo espanhol Antonio Mateu Lahoz, assistido por Pau Cebrián Devís e Roberto del Palomar. No VAR esteve Massimiliano Irrati.

Suplentes do Arsenal: Turner, Hillson, Tierney, White, Partey, Saka, Odegaard, Smith Rowe, Kiwior, Holding, Trossard

Suplentes do Sporting: Israel, Sotiris, Nuno Santos, Luís Neto, Rochinha, Fatawu, Tanlongo, Arthur Gomes, Jovane, Chermiti, Mateus e Dário Essugo

Recomendadas

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de