- Comentar

Relacionados
Vídeo: Nuno Santos ou Pote? Em quatro dias o Sporting arranjou dois candidatos a um Puskás
Sporting enfrenta a Juventus nos quartos de final da Liga Europa
O Sporting venceu esta quinta-feira o Arsenal em Londres e garantiu um lugar nos quartos de final da Liga Europa depois de um empate a uma bola no final dos 90' regulamentares e do prolongamento. Xhaka, ainda na primeira parte, deu vantagem aos ingleses, que viram Pote candidatar-se ao prémio Puskás com um remate do meio-campo para empatar o jogo.
Ouça o Relato TSF dos golos, por Óscar Cordeiro, com sonorização de Margarida Adão.
Na hora da decisão da marca dos 11 metros, St. Juste, Esgaio, Gonçalo Inácio, Arthur começaram por marcar quatro penáltis, com as respostas certeiras Odegaard, Saka e Trossard para os ingleses, Mas quando Adán defendeu o penálti de Martinelli, um outro candidato ao Puskás teve no pé esquerdo o destino do Sporting e selou-o: Nuno Santos não deu hipóteses a Ramsdale.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias

Os leões já sabiam de antemão que, fruto de cartões amarelos no jogo de Lisboa, não podem contar com o capitão de equipa Coates e com o médio japonês Morita. Amorim apostou em Matheus Reis no corredor esquerdo e confiou em Diomande para ser titular mesmo no meio da linha de três centrais do Sporting.
Já Arteta tinha optado por lançar Tomiyasu no corredor direito da defesa. O japonês foi interveniente acidental de um momento de inspiração de Trincão e acabou o jogo ainda antes dos dez minutos: o português trocou-lhe as voltas de tal forma que o defesa londrino caiu desamparado e lesionou-se. Ben White entrou para o mesmo lugar.
Era sinal da bela entrada em jogo não só do Sporting, mas em especial de Trincão: Esgaio desmarcou-o sobre a direita, o extremo tirou Zinchenko do caminho e rematou tenso e cruzado para fazer Ramsdale voar. A bola não passou longe, começava a fazer o Sporting carburar... e fazia o Arsenal acordar.
Jorginho, com um único passe - mais um em tantos outros numa carreira de lançador -, rasgou toda a defesa do Sporting. Esgaio ficou no relvado depois de falhar o corte, Martinelli aproveitou para aparecer nas costas e rematou. Adán negou-lhe o golo, mas a bola saiu com tanta força que foi cruzar-se com Xhaka: à entrada da grande área, rematou para o 1-0.
Enquanto se celebrava no Emirates, Saliba dizia que não dava para continuar: aos 21', teve de dar o lugar a Holding. Só aos 28' é que o Sporting conseguiu libertar-se do golo sofrido para dar uma resposta. Edwards apareceu a correr sozinho com Zinchenko no meio-campo inglês e levou o ucraniano até à sua própria grande área. Quando lá chegou, escolheu travar, perdeu o ângulo de remate e atirou contra o adversário.
A partir daí, pouco ou nada se acertou no ataque do Sporting. Numa das melhores saídas até ao intervalo, Edwards voltou a conduzir a bola até à entrada da grande área e, quando podia lançar Paulinho no espaço em direção à linha final, desperdiçou ao fazer um passe demasiado comprido. Tão comprido que Ramsdale saiu da baliza para escoltar a bola até fora das quatro linhas.
A transfiguração
A ida aos balneários acabou por fazer bem ao Sporting, que logo no início da segunda parte viu Ugarte inspirar-se em algo maradoniano para levar meia equipa do Arsenal à frente. Quando chegou perto de Ramsdale, entregou a Paulinho, mas o avançado não conseguiu sequer virar-se para a baliza perante Gabriel Magalhães.
A boa entrada leonina na segunda parte confirmou-se em mais duas jogadas consecutivas, com Pote e Esgaio a serem os protagonistas das investidas. A última delas terminou novamente em Paulinho, que por pouco não chegou a tempo de desviar para a baliza uma bola enviada para a pequena área.
E se numa semana o Sporting se candidatasse não a um, mas a dois prémios Puskás? Foi precisamente o que aconteceu, cortesia de um clássico moderno chamado Pote: depois de ganhar a bola no círculo central, avançou poucos metros e foi logo dali. Ramsdale não estava na baliza e Pote só lá tinha a cabeça: levantou a bola e fê-la entrar no canto superior da baliza a pouco menos de 50 metros de distância.
Crescia mais e mais o jogo leonino. Na jogada seguinte, Paulinho obrigou Ramsdale a aplicar-se para evitar o 2-1 na sequência de um canto. Minutos depois, era Edwards que deixava o guarda-redes inglês no chão num um para um que também podia ter virado o jogo.
O Sporting dominava, sem espaço para dúvidas, o líder da Premier League em pleno Emirates e Amorim não queria defender nada: em cima dos 90', ainda sem saber se havia ou não prolongamento, lançou Chermiti para o lugar de Paulinho. Nada mudou até ao final dos 90' e o prolongamento passou de hipótese a realidade.
Como se tornou também real a impossibilidade de Pote continuar em jogo: Amorim lançou Essugo para o lugar do autor do golo da noite, aproveitando para lançar também Nuno Santos - outro candidato a melhor golo do ano - no lugar de Matheus Reis.
Os da casa foram os primeiros a querer dar um pontapé no empate: Trossard desmarcou-se nas costas de um Diomande adormecido e acelerou imediatamente ao encontro de Adán. Corajoso, o espanhol saiu-lhe aos pés e defendeu com a mão direita para o poste. E assim se cumpriram 15 minutos de tira-teimas.
Uma vez mais, foram os da casa quem quis dar o primeiro pontapé no empate: Partey surgiu sozinho à entrada da grande área, mas atirou ao lado. A partir daí, como diz a sabedoria de sempre, "cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém" e o Sporting não ia estragar ali o ditado. Aliás, o Arsenal quase o estragou, aos 116', mas Adán fez mais um daqueles voos e evitou o empate a cabeceamento de Gabriel Magalhães.
Quem não ajudou foi Ugarte que, no minuto seguinte, viu o segundo amarelo e deixou o Sporting a jogar com dez em Londres. Amorim lançou imediatamente Tanlongo para o lugar de Edwards. Passou o susto, chegou o assombro: era hora de ir a penáltis.
Onze do Arsenal: Ramsdale, Tomiyasu, Saliba, Gabriel Magalhães, Zinchenko, Xhaka, Jorginho, Fábio Vieira, Nelson, Martinelli e Gabriel Jesus
Onze do Sporting: Adán, Gonçalo Inácio, Diomandé, St. Juste, Matheus Reis, Ugarte, Pote, Esgaio, Edwards, Trincão e Paulinho
O jogo foi arbitrado pelo espanhol Antonio Mateu Lahoz, assistido por Pau Cebrián Devís e Roberto del Palomar. No VAR esteve Massimiliano Irrati.
Suplentes do Arsenal: Turner, Hillson, Tierney, White, Partey, Saka, Odegaard, Smith Rowe, Kiwior, Holding, Trossard
Suplentes do Sporting: Israel, Sotiris, Nuno Santos, Luís Neto, Rochinha, Fatawu, Tanlongo, Arthur Gomes, Jovane, Chermiti, Mateus e Dário Essugo