Bastaram dois minutos para Taremi mexer com o FC Porto desta noite. E nem precisou de o fazer sozinho. Para isso, e acabado de sair do banco, contou com a ajuda de um defesa central moçambicano de 34 anos que confiou demasiado numa entrada de carrinho na grande área: Mexer, autor do penálti com que o iraniano acabou por fazer o 3-2 final. Antes, já Grujic e André Franco tinham marcado para os dragões, com Tiago Gouveia e Geraldes, também de penálti, a assinalarem as respostas estorilistas.
Com esta vitória, o FC Porto coloca-se, à condição, a cinco pontos do Benfica, líder do campeonato, que este domingo visita o Marítimo. Já o Estoril mantém-se com 22 pontos no 15.º lugar.
A principal novidade dos dragões nesta noite foi a titularidade de Fábio Cardoso - rendeu o castigado Marcano - ao lado de Pepe, ao passo que Eustáquio, André Franco e Namaso mantiveram a titularidade. No Estoril, Ricardo Soares repetiu o onze do jogo anterior.
Desde cedo foi um sérvio quem se destacou. Depois de ter feito o primeiro remate do jogo logo aos três minutos, o médio de 1,91 metros saltou ao segundo poste para responder a um canto batido a partir do lado direito do ataque por André Franco - que ainda foi desviado por Fábio Cardoso - e cabeceou para o 1-0.
Apesar da boa entrada, cedo chegou um susto ao Dragão. Pepe ficou no relvado depois de uma entrada de Francisco Geraldes - que viu amarelo - e pediu assistência médica. David Carmo saltou do banco para aquecer e nas bancadas fez-se um silêncio cúmplice. O mesmo que se desfez quando se percebeu que não passou de um susto.
Pouco se via dos homens de Ricardo Soares no jogo. A aposta no passe (demasiado) longo e ora Tiago Santos, ora Tiago Gouveia - que fechava à esquerda quando a equipa defendia - iam sendo os escapes. Pepe e Fábio Cardoso, última linha de defesa do FC Porto eram, ao mesmo tempo, a primeira do ataque perante a pouca pressão de Cassiano.
Pois bem, tão pouca foi essa pressão que o FC Porto adormeceu. Numa das raras ocasiões em que os canarinhos chegaram de facto à grande área, gerou-se tanta confusão - com Gamboa a acabar lesionado pelo meio - que Tiago Gouveia acabou desmarcado e com espaço. Virou-se, apontou ao canto inferior, e finalizou para o empate, marcando aos dragões como já tinha feito na primeira volta do campeonato.
Ainda se pediu fora de jogo no relvado do Dragão, mas Cassiano - que de facto estava em posição irregular - desligou-se por completo da jogada quando percebeu que ia entrar o passe para golo, pelo que o lance foi validado. Ainda assim, valeu de pouco e durou apenas quatro minutos.
Depois de Francisco Geraldes ter tentado um "golo olímpico" por ter visto Diogo Costa adiantado na sua baliza, o FC Porto atacou pela esquerda. Zaidu conduziu e cruzou rasteiro para o interior da grande área, onde o defesa estorilista Pedro Álvaro resolveu mal. Toni Martínez aproveitou para rematar ao poste e André Franco surgiu de rompante para acertar no fundo das redes. Não festejou frente à antiga equipa.
Sem grandes motivos para susto junto de qualquer uma das balizas, o intervalo chegou ao Dragão com os homens da casa em vantagem. Ao intervalo, Conceição optou por deixar Grujic no banco e apostou em Uribe. Logo de seguida teve de apostar em Rodrigo Conceição quando João Mário caiu após ficar com o pé direito preso na relva: o lateral acabou por dar um pequeno voo e acabou agarrado ao joelho, levando a temer uma lesão complicada.
Foi assistido e levantou-se, ainda que receoso. Deu alguns toques na bola, voltou a sentar-se e confirmou que não dava para mais: o FC Porto trocava de lateral. E o Estoril aproveitou para crescer no jogo. Guitane ia puxando uns cordelinhos. Um desses cordelinhos deu numa investida de João Carvalho na área portista que acabou num penálti de Pepe por mão na bola.
Francisco Geraldes, que já tinha tentado um golo do meio-campo, teve ali uma hipótese mais simples. E não a desperdiçou: bola para um lado, Diogo Costa para o outro e o empate estava feito. Festejou com a mão no ouvido como quem pede um aplauso a quem o assobiou até ali e gerou-se o caos: Pepe, que não tinha visto amarelo no lance do penálti, viu-o ali.
Conceição respondeu imediatamente com as entradas de Taremi e Galeno para os lugares de Martínez e Eustáquio. O iraniano só precisou de dois minutos para mexer com o jogo. E foi precisamente "culpa" de Mexer, que viu-o fugir para a linha final e entrou de carrinho de tal forma que já só apanhou o avançado. Novo penálti no Dragão.
Ora, já que tinha feito todo o trabalho, colheu também os louros: não enganou Daniel Figueira, mas colocou a bola de tal forma no ângulo superior que só podia dar no 3-2.
Apesar do golo encaixado, o Estoril não desistia do jogo. Ricardo Soares lançou do banco Carlos Eduardo e Marqués, Conceição respondeu com a entrada de Pepê. Tirar o pé do acelerador é que não parecia ser opção para nenhum dos dois. Tanto, que aos 88' houve novo calafrio no Dragão.
Com Diogo Costa fora da baliza e esquecido na grande área portista, Gamboa já só conseguiu fazer-se à bola em queda, mas o remate passou mesmo ao lado do poste.
E se crescia a confiança num golo que pudesse valer o empate, acabou por desaparecer toda quando Geraldes voltou a ver um cartão amarelo - já nos descontos - por uma entrada fora de tempo, desta vez sobre Otávio. O médio internacional português apontou-lhe logo a saída.
Onze do FC Porto: Diogo Costa, João Mário, Fábio Cardoso, Pepe, Zaidu, Grujic, Eustáquio, Otávio, André Franco, Namaso e Toni Martínez
Onze do Estoril Praia: Dani Figueira, Tiago Santos, Pedro Álvaro, Mexer, Tiago Araújo, Gamboa, João Carvalho, Guitane, Geraldes, Tiago Gouveia e Cassiano
O jogo é arbitrado por Gustavo Correia, auxiliado por Tiago Costa e Inácio Pereira. No VAR está Fábio Melo.
Suplentes do FC Porto: Cláudio Ramos, David Carmo, Veron, Uribe, Taremi, Pepê, Galeno, Rodrigo Conceição e Wendell
Suplentes do Estoril Praia: Pedro Silva, Vital, Rodrigo Martins, Marqués, Delos, Ndiaye, Carlos Eduardo, João Carlos e Dele
