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Começa esta sexta-feira a 24.ª edição dos Jogos Olímpicos de Pequim. O evento vai contar com três atletas portugueses, mas os holofotes vão estar virados para o boicote decretado por vários países e para o estreitar de relações entre a China e a Rússia.
É no meio de um turbilhão diplomático que a China recebe os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022. O ninho de pássaro, o famoso pavilhão que recebeu a cerimónia de abertura dos Jogos de 2008, volta a acolher o espetáculo que, oficialmente, dá início à maior competição desportiva do mundo.
Mas, se no plano desportivo tudo parece estar a postos, no plano diplomático a prova vai ficar marcada pelo boicote de vários países à cerimónia de abertura.
Logo no início de dezembro, os Estados Unidos fizeram saber que não iriam enviar representantes ao evento devido ao genocídio das minorias muçulmanas na região de Xinjiang, e outras violações dos direitos humanos.
Vários países anunciaram o boicote à cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno 2022. Ouça aqui as explicações
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"A administração Biden não vai enviar qualquer representação diplomática aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Pequim 2022, tendo em conta os crimes contra a humanidade e o genocídio em Xinjiang e outros abuso dos direitos humanos", disse Jen Psaki, secretária de imprensa da Casa Branca.
Além dos Estados Unidos, Japão, Austrália, Reino Unido, vários outros países também fizeram saber que não vão estar na cerimónia de abertura.
Ainda assim, esta não é uma posição unânime. A União Europeia pediu que os Jogos Olímpicos não sejam usados como propaganda política e o Presidente francês considerou o boicote insignificante, garantindo que iria estar presente no ninho de pássaro, onde também vai estar o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, como garantiu o porta-voz Farhan Haq.
"O secretário-geral chegou a Pequim, onde vai assistir à cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno. Em Pequim, vai encontrar-se com o presidente do Comité Olímpico Internacional e as autoridades chinesas."

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Quem parece ficar a ganhar é a Rússia. Vladimir Putin já está em Pequim, onde vai manter encontros com o Presidente chinês. As duas potências vão reforçar a cooperação, com a Rússia a receber o apoio da China na tensão com a NATO e com os Estados Unidos, fruto da presença de tropas russas na fronteira com a Ucrânia.
Veremos se 2022 não se torna uma cópia de 2008. Da última vez que Pequim acolheu uns Jogos Olímpicos, a Rússia invadiu a Geórgia, uma antiga república soviética.

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Portugal vai estar representado em três modalidades. Ricardo Bracal, de 25 anos, e Vanina Guerillot, de 19, vão participar no slalom gigante e no slalom do esqui alpino, e José Cabeça, de 25 anos, está inscrito nos 15 quilómetros de cross country.
A cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno acontece esta sexta-feira e tem início ao meio-dia, hora de Portugal continental.

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