Mãe do selecionador Jorge Braz tinha a certeza de que Portugal ia vencer

Amigos de Sonim, freguesia do concelho de Valpaços, prometem festa de arromba para quando o treinador voltar à terra para onde foi viver aos oito anos.

Judite Gomes, 72 anos, ainda fica ansiosa cada vez que recorda a final do mundial de futsal, no domingo passado, em que a seleção portuguesa se sagrou campeã. E não por que fosse o encontro decisivo com a Argentina, então detentora do título. O motivo da ansiedade era o filho Jorge Braz, o selecionador nacional.

A mãe não conseguiu ver o jogo sentada no sofá. Andou sempre "para trás e para a frente" e "só ia espreitar quando ouvia mais barulho". Por causa disso, até perdeu um dos dois golos da seleção portuguesa. "Com tanto sofrimento é bom que não faça mais mundiais, senão ainda me mata do coração", brinca.

"Até tenho os olhos inchados de tanto chorar", confessa. Não só pelas lágrimas choradas após o jogo, mas também pelas que se seguiram durante a receção à seleção nacional de futsal no Aeroporto de Lisboa e pelo acolhimento no Palácio de Belém, onde treinadores e atletas foram condecorados pelo Presidente da República.

A vitória frente à Argentina já era esperada por Judite. "Tinha fé que Portugal ia ganhar". A fé que também deposita na "santinha Mãe de Jesus", que está numa capelinha que a irmã mandou construir em 2005, em Sonim. Vai lá rezar-lhe todos os dias e no dia do jogo reforçou as preces. Antes, para pedir sorte para a seleção e para o filho. Depois, para agradecer.

No dia do jogo e nos seguintes, o contentamento e o orgulho percorreram a aldeia de Sonim. Foram muitos os que foram abraçar e felicitar Judite, que vive só numa casa junto à Rua Jorge Braz. O nome do filho ficou a pertencer à toponímia de Sonim após a conquista do Campeonato Europeu de Futsal, em 2018. Uma homenagem da freguesia que o apanhou de surpresa.

Naquela localidade de Valpaços já se começa a preparar a festa para voltar a homenagear Jorge Braz, de 49 anos, filho da terra desde os oito, altura em que abandonou o Canadá, onde nasceu. Quando, há três anos, conquistou o europeu de futsal houve festa rija à volta de um porco no espeto. "O mundial há de valer uma vitela", supõe Judite. "Até já andam para aí a comentar que tem de se fazer uma estátua ao Jorge, mas eu já disse que é preciso ter calma".

Judite Gomes tem um mini museu em casa onde exibe troféus, medalhas e outras distinções, quadros e fotografias que Jorge Braz vai levando para lá. "Fiz sem ele saber e quando viu ficou muito contente".

Desde 2018, Jorge Braz tem sido, consecutivamente, eleito o melhor selecionador de futsal do Mundo. Este ano não deverá ser diferente.

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