Manuel Bañobre vive em Portugal há 11 anos, trabalha na área de nanomateriais aplicados à medicina. O investigador não poupa elogios ao país que o acolheu, mas as origens são mais fortes. "Só tenho palavras boas para os portugueses e para Portugal, mas tenho que ser fiel às minhas raízes e vou torcer por Espanha. Mas gostaria de ver um jogo bonito, em que vence o melhor e se puder ser com um final mais feliz para Espanha melhor, senão vou desfrutar de um bom jogo."
No trabalho a rivalidade não existe. O Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia une investigadores de diferentes nacionalidades e a relação com Portugal tem sido muito produtiva. "É um pessoal muito aberto a interagir culturalmente, é enriquecedor, aprender diferentes coisas de uns e outros, também nos unem aspetos culturais dos dois países."
Filipe Camarneiro está a terminar o doutoramento, é investigador no Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia e a relação com o país vizinho faz parte do dia a dia. "A ideia deste laboratório foi complementar a investigação entre Portugal e Espanha, temos colaborações com muitos institutos e universidades da Galiza, Madrid, Barcelona."
Quando o tema é futebol a ponderação vence. "Espero que seja um bom jogo, tenho dúvidas sobre quanto o engenheiro vai inventar. Mas eles são a melhor seleção do século XXI... Espero que seja um bom jogo."
Nos últimos dias a frase "Menos mal que nos queda Portugal", que foi capa do jornal AS, despertou emoções. O investigador Manuel Bañobre explica. "É uma expressão familiar, significa que teremos sempre os nossos amigos. Portugal é a ultima oportunidade e vamos ver se nos ajudam. Aplica-se ao futebol, mas podia aplicar-se à Eurovisão... Calhou-nos Portugal, vamos ver se nos dá uns pontinhos."
