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Na semana em que o Sporting - Benfica acabou com pirotecnia e lançamento de tochas para o campo, o ministro da Administração Interna remeteu para os clubes de futebol a responsabilidade por combater fenómenos crescentes de violência. À TSF e ao DN, Eduardo Cabrita assegura que "o Governo fez a sua parte" e que também não pode caber apenas às forças policiais driblar estes incidentes.
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Há um caso de violência bastante recorrente em Portugal que tem que ver com o futebol. Acha que os fenómenos de violência no futebol podem ter responsabilidades partilhadas, tanto das claques como, às vezes, dos próprios dirigentes desportivos pela sua forma de atuar?
Eu acho que a questão é responsabilidade de todos. Nesta, como noutras áreas, eu entendo que as questões de segurança nunca são estritamente questões técnico-policiais e acho que aqui é uma área em que, ativamente, os clubes, a Liga, a Federação, têm de atuar. O Governo fez a sua parte. Nós temos, aliás, uma tradição reconhecida como exemplo nesta matéria - a forma como correu a Liga das Nações no ano passado foi determinante para esta seleção de um português, e foi determinante pelos seus padrões de segurança para a seleção de um português para a organização da segurança do próximo Mundial de futebol. Agora, as questões ligadas a uma dinâmica de grupo em que as claques podem ser cortina de fumo de outro tipo de atividades delituosas, é algo que não é desconhecido das forças de segurança - justificou, aliás a criação da Autoridade para a Violência no Desporto que é dirigida por um oficial da PSP - e relativamente ao qual, nesta área, a responsabilidade é sempre da comunidade. Neste caso, a comunidade significa os clubes e as estruturas organizativas do desporto.
Mas acha que os dirigentes desportivos não estão a fazer tudo o que deviam estar a fazer?
Deve-se sempre prevenir para garantir que esta avaliação, que globalmente é muito positiva, se mantenha. Eu acho que os clubes devem assumir as suas responsabilidades e não deixar estritamente às forças policiais, que são a ultima ratio de intervenção, a responsabilidade por contenção de fenómenos desses.
Os clubes e os dirigentes desportivos viram-se para o Governo e pedem-lhe que faça mais, o Governo responde que quem tem de fazer mais são as entidades desportivas...
Não, não pede que faça mais.
Esta reunião do presidente do Sporting com o Governo foi porquê?
Fundamentalmente para informar daquilo que é a sua atuação relativamente a questões internas do clube que dirige. Relativamente a essas não temos muito a fazer, temos a fazer relativamente àquilo que é a garantia de elevados padrões de segurança nos acontecimentos desportivos de grande dimensão, designadamente naqueles que juntam os principais clubes do futebol português.
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