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A seleção portuguesa perdeu, este sábado, com a Alemanha em Munique por 4-2 num jogo que fica marcado por vários erros da defesa nacional. Dois autogolos - de Rúben Dias e Raphael Guerreiro - um golo de Havertz e outro de Gosens construíram a vantagem germânica. Cristiano Ronaldo e Diogo Jota marcaram os golos portugueses.
Com este resultado, a França assume a liderança do grupo F, com quatro pontos depois do empate frente à Hungria, que tem um ponto e está no último lugar. Alemanha e Portugal têm três pontos e ocupam, respetivamente, o segundo e terceiro lugares.

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A jogar em casa, os alemães entraram no jogo com vontade de apagar a imagem que deixaram frente a França e atacaram a baliza portuguesa desde cedo. Tão cedo que, aos cinco minutos, Gosens já aparecia ao segundo poste, depois de um cruzamento do polivalente Kimmich a partir da direita, para finalizar com sucesso.
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Gnabry, que se tinha feito também ao cruzamento, estava em fora de jogo e acabou por ser a razão para o golo não contar. O sufoco, esse, prometia continuar: quatro minutos depois, Havertz obrigava Rui Patrício a voar para impedir o golo. O guardião português levantou-se e ainda teve de ir fazer a "mancha" a Gnabry.

Portugal começava a parecer deixar-se afetar pelo ímpeto alemão mas, no bolso, guardava sempre o contra-ataque. E foi precisamente a partir de um que deu a melhor resposta possível. Bernardo Silva saiu a jogar após um pontapé de canto alemão, lançou Jota em profundidade e o avançado do Liverpool, com Ronaldo ao lado, deu o golo ao capitão.
O avançado já leva três golos neste Europeu e doze em fases finais - o melhor de sempre - e, revistas as imagens, há um pormenor que fica para a história do jogo: Cristiano Ronaldo foi o autor do cabeceamento defensivo que permitiu iniciar a jogada do golo português.

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Mas era preciso manter os pés no chão. Apesar do golo e da resposta portuguesa, os alemães continuavam a insistir e, até aos 25 minutos - quando houve paragem para os jogadores beberem água -, voltou a ameaçar a baliza de Rui Patrício.
Aos 35', repetiu-se a jogada que já tinha dado um golo à Alemanha. Kimmich descobriu Gosens do lado esquerdo mas, desta vez, o alemão optou por lançar a bola para a boca da baliza, onde surgiu Havertz, que se antecipou a Rúben Dias e obrigou o português a errar e a fazer autogolo. O lance é confuso, mas o órgão máximo do futebol europeu decidiu pelo golo na própria baliza.
Três minutos depois cumpria-se a reviravolta alemã: os germânicos esticaram a linha defensiva portuguesa, abriram espaços e, no esforço para afastar um cruzamento de Kimmich - novamente ele -, Raphael Guerreiro acabou por também fazer autogolo. Já em cima do intervalo, Gnabry obrigou Pepe a recuar, fintou o defesa português e obrigou Rui Patrício a mais uma defesa.
Portugal ia mesmo a perder para o intervalo e batia mais um recorde: nunca uma seleção europeia tinha concedido dois autogolos num Europeu ou Mundial. Bernardo Silva não voltaria para a segunda parte, dando o lugar a Renato Sanches.
De pouco valeu. Mais uma vez, os alemães jogaram como quiseram, levaram a bola do lado direito para o corredor esquerdo e Gosens, uma vez mais, só teve de olhar para Havertz. Encostou e, desta vez, o golo foi mesmo dele: 3-1 para os alemães em três jogadas que tiveram demasiado em comum.
Fernando Santos respondeu com a saída de William para a entrada de Rafa. Não ajudou. Desta vez a Alemanha explorou o lado direito e Kimmich - novamente - cruzou para a esquerda, onde Gosens surgiu a cabecear sozinho para o 4-1.
Seguiu-se uma roda-viva de substituições. Na Alemanha: Gosens saiu ovacionado - com duas assistências e um golo marcado - e foi rendido por Halstenberg, Hummels saiu e entrou Emre Can. Em Portugal, Bruno Fernandes saiu para dar o lugar a Moutinho. E ajudou um pouco.
Portugal conquista um livre sobre o lado esquerdo que é batido pelo próprio João Moutinho e encontra Ronaldo já em esforço ao segundo poste. O capitão português envia a bola para o poste direito de Neuer e Jota, a milímetros do golo, só encostou.
Löw respondeu com dois jogadores do Bayern de Munique: Süle e Goretzka para os lugares de Havertz e Gündogan. E, aos 78', Renato Sanches esteve muito perto do 4-3: recebeu um passe descaído sobre a esquerda e, dali, rematou ao poste da baliza de Neuer.
Minutos depois, um passe errado do médio português quase deu no 5-2, mas Goretzka acertou na trave. Fernando Santos aproveitou para tirar Diogo Jota e lançar André Silva. A Alemanha respondeu com Sané para o lugar de Gnabry.
Portugal não deitou a toalha ao chão até ao final do jogo mas, com alguma falta de frieza, não evitou a derrota. O grupo F decide-se na próxima quarta-feira.

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Onze de Portugal: Rui Patrício, Nélson Semedo, Pepe, Rúben Dias, Raphael Guerreiro, Danilo, William, Bruno Fernandes, Bernardo, Jota e Cristiano Ronaldo
Onze da Alemanha: Neuer, Rüdiger, Ginter, Hummels, Kimmich, Kroos, Gündogan, Gosens, Gnabry, Havertz e Müller.

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O jogo foi arbitrado pelo inglês Anthony Taylor, assistido por Gary Beswick e Adam Nunn. No VAR esteve o também inglês Stuart Attwell.
Suplentes de Portugal: Lopes, Rui Silva, Fonte, Moutinho, André Silva, Rafa, Renato Sanches, Guedes, Rúben Neves, Pedro Gonçalves, Dalot e Palhinha
Suplentes da Alemanha: Leno, Trapp, Halstenberg, Volland, Werner, Süle, Neuhaus, Goretzka, Sané, Emre Can, Koch e Günter