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Portugal recebe pela primeira vez, em outubro, uma prova do circuito mundial de Match Racing. A competição decorre no rio Tejo, junto ao terminal de cruzeiros de Santa Apolónia, e reúne alguns dos melhores atletas do ranking internacional.
As corridas desta prova decorrem sempre junto à margem do rio e são disputadas por duas embarcações, num despique de curvas apertadas. "Nesta disciplina cada barco luta, lado a lado, contra outro", explica Bernardo Freitas, velejador olímpico português e embaixador do evento.
Luta literalmente, isto porque "os barcos aproximam-se muito uns dos outros, é comum chegarem mesmo a tocar-se. Podem chegar a estar a cinco centímetros de distância, e por vezes, acontecem acidentes". Tudo isto sempre em alta velocidade, como uma "fórmula 1 das ondas".
O percurso é delimitado por boias. Assim se desenham as curvas no mar, ou, neste caso, no rio. As regatas são curtas, duram entre dez a 15 minutos, e permitem assim à assistência ver várias corridas num curto espaço de tempo. As embarcações nunca se afastam do público durante as provas. A distância máxima ao largo são 500 metros na prova de Lisboa. "Quem estiver a assistir vai poder, em vários momentos, ouvir os velejadores gritar", explica Bernardo Freitas. É a emoção vivida dentro da embarcação, ali mesmo ao lado dos espetadores.
Levar a vela aos espectadores
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"Queremos quebrar o conceito da vela como um desporto elitista", reforça Francisco Mello e Castro. "Levar a emoção das provas, habitualmente longe da costa, para próximo dos espetadores, aproveitando as características do match racing, com provas curtas na distância e na duração", tudo isto com velocidade, lembra.
Também as condições da pista, neste caso do Tejo, ajudam ao espetáculo. "O rio é muito fundo nesta zona. Teremos águas agitadas, o que complica um pouco a vida aos velejadores. A isso à que juntar o vento que aqui se faz sentir. São condições que nos garantem uma boa corrida", explica o responsável pelo circuito mundial de match racing, Mattias Dahlström.
O local garante também a presença de público, mesmo aquele que não conta ver apenas a provas, mas antes fazer um passeio ou uma visita pela cidade, e passar pela beira-rio. "Em Lisboa encontramos um local ideal: o rio está junto à baixa da cidade, muito próximo do centro", sublinha o sueco.
Uma oportunidade também para os atletas
O velejador Bernardo Freitas competiu nos últimos meses na Volvo Ocean Race, prova que reúne os melhores velejadores numa volta ao mundo em vela, a prova mais prestigiada da modalidade.
Agora, regressa às competições em Portugal, numa disciplina na qual vai liderar pela primeira vez uma tripulação. Deseja agora que o match racing ganhe uma nova vida em Portugal depois desta etapa e tem esperança que depois do evento surja mesmo uma equipa nacional a competir no circuito internacional.
A etapa portuguesa do circuito mundial de Match Racing está incluída num festival que decorre entre 3 e 10 de outubro, no terminal de cruzeiros de Lisboa, o Regata Portugal. Para além da competição desportiva o evento reúne ainda outras atividades que vão da gastronomia à música e arte.