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A seleção portuguesa venceu esta quarta-feira a República da Irlanda por 2-1 num jogo em que Cristiano Ronaldo se tornou no melhor marcador de sempre ao serviço de seleções nacionais. Egan marcou o primeiro no Algarve ao minuto 45 e o capitão da seleção portuguesa, aos 89' e aos 90+5', fechou um resultado que fica para a história.
Com esta vitória, Portugal tem agora dez pontos no Grupo A de qualificação para o Mundial de 2022, com três vitórias e um empate.

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O primeiro onze de Fernando Santos depois da eliminação no Euro 2020 trazia, à partida, novidades: além de promover o regresso de João Cancelo, o selecionador nacional montava um meio-campo mais ofensivo do que o habitual, com Bruno Fernandes e Bernardo Silva, e entregou a gestão defensiva a João Palhinha. Lá na frente, Rafa era a novidade.
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Portugal entrou bem no jogo e, aos nove minutos, uma falta de Hendrick sobre Bruno Fernandes no interior da grande área valeu uma grande penalidade e muita polémica. Depois de quatro minutos de paragem e de dezenas de repetições no VAR, Matej Jug lá confirmou a decisão e parecia haver um recorde à vista.
Se marcasse, Cristiano Ronaldo tornava-se no melhor marcador de sempre de seleções. Mas a pausa foi tanta que o guarda-redes irlandês, Bazunu, levou a melhor e impediu o golo.
O lance teve o condão de, pelo menos nos minutos seguintes, acordar a equipa portuguesa, mas continuava a faltar um remate concretizador. Os irlandeses também não se deixaram intimidar com o pé português no acelerador e investiram no ataque à baliza portuguesa. Aos 26', houve mesmo ameaças à baliza de Rui Patrício.
Ouça o Relato TSF de António Botelho no jogo em que Cristiano Ronaldo fez história. Sonorização de Pedro Picoto.
E no minuto seguinte foi, de novo, a vez de Portugal: Cancelo cruza a partir da direita e descobre Diogo Jota que, ao segundo poste, cabeceou a menos de um metro da linha de golo. O poste foi o destino da bola e começava, então, um novo período de ataque irlandês, que se foi mantendo até ao intervalo e com mais intenção do que Portugal.
E tanta foi a intenção que, mesmo em cima do minuto 45', John Egan apareceu entre João Cancelo e Cristiano Ronaldo para desviar um pontapé de canto e, de cabeça, fazer o 1-0.
Diogo Jota, aos 45+3', quase conseguiu a vingança, mas Bazunu conseguiu, uma vez mais, parar o remate. Acabou por deixar a bola escapar por baixo do corpo, mas a bola acabou por parar antes de entrar.
Fernando Santos apostou em André Silva para a segunda parte e abdicou de Rafa no ataque português. O ponta de lança entrou para garantir mais presença física portuguesa junto da baliza irlandesa, mas de pouco parecia valer quando a bola nem lá perto chegava.
Na outra ponta do campo, os irlandeses continuavam a não fazer cerimónia e, aos 59', houve mesmo calafrio junto da baliza de Rui Patrício. Palhinha obrigou Connolly a errar numa ação que ainda fez suspeitar da existência de uma grande penalidade.
Farto de ver jogar, Fernando Santos tirou Bruno Fernandes e Guerreiro para lançar João Mário e Nuno Mendes. Dez minutos depois, entrava João Moutinho para o lugar de Palhinha.
Bernardo Silva teve, então, a melhor oportunidade da segunda parte: encostado ao poste da baliza, tirou Doherty da frente e, com Bazunu e dois defesas irlandeses praticamente deitados no chão, atirou a bola por cima.
A derradeira cartada do selecionador nacional foi jogada aos 81', quando tirou João Cancelo do jogo para lançar Gonçalo Guedes. E a noite seria mesmo para quebrar recordes.
Ao minuto 89, Guedes surgiu sobre a direita e cruzou para o coração da grande área. Cristiano Ronaldo arranjou espaço, saltou o suficiente e cabeceou para o fundo da baliza. Fez o empate e tornou-se, assim, no melhor marcador de sempre ao serviço de seleções nacionais. São 110 golos celebrados ao serviço de Portugal.
E mais um logo a seguir: corria o minuto 90+5 quando o capitão da seleção portuguesa reclamou para si a história do jogo e do futebol. Novo salto, novo cabeceamento, novo golo. São 111. E a coroação como melhor marcador da história das seleções.
Onze de Portugal: Rui Patrício, João Cancelo, Pepe, Rúben Dias, Guerreiro, Palhinha, Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Rafa Silva, Diogo Jota e Cristiano Ronaldo
Onze da República da Irlanda: Bazunu, Coleman, Duffy, Egan, Doherty, Cullen, McGrath, O'Shea, Connolly, Idah e Hendrick
O jogo é arbitrado pelo esloveno Matej Jug, assistido por Matej Žunič e Robert Vukan. No VAR está Paolo Valeri.
Suplentes de Portugal: Anthony Lopes, Diogo Costa, Nélson Semedo, Domingos Duarte, Nuno Mendes, João Moutinho, Danilo, Otávio, Rúben Neves, João Mário, André Silva, Gonçalo Guedes
Suplentes da República da Irlanda: Kelleher, Talbot, Manning, Hourihane, Parrott, McClean, Arter, Horgan, Molumby, Collins e Omobamidele
No dia 7 de setembro, os lusos jogam com o Azerbaijão, em Baku, e, pelo meio, vão defrontar o Qatar, num particular agendado para sábado, em Debrecen, na Hungria.
A fase de grupos da qualificação europeia para o Mundial 2022 termina em novembro e o vencedor de cada um dos 10 grupos apura-se diretamente para a fase final. Os segundos classificados vão disputar os play-offs de apuramento, aos quais se juntarão dois vencedores de grupos da Liga das Nações que não consigam qualificar-se diretamente para a fase final ou para os play-offs.