O "plano" derrapou em Morita e o Sporting vai a Londres trabalhar sobre um empate

Veja os golos. Português Fábio Vieira fez a assistência para o primeiro golo da tarde, da autoria de Saliba, em Alvalade. Gonçalo Inácio e Paulinho assinaram a reviravolta, mas um remate desviado em Morita valeu o empate final.

Rúben Amorim tinha um plano para vencer o Arsenal. Tinha deixado essa garantia no lançamento do jogo e, embora sem o revelar, confiava nele para bater os ingleses em Lisboa. Não resultou a 100%, mas também não falhou por completo: o Sporting empatou esta tarde 2-2 com o Arsenal num jogo a contar para os oitavos de final da Liga Europa, e em que os ingleses só chegaram à igualdade devido a um autogolo de Morita.

Antes, tinham começado por abrir o marcador através de ​​​​​​​Saliba, mas um golo de Gonçalo Inácio e um outro de Paulinho tinham valido a reviravolta aos leões, que vão a Londres sem poder contar com Coates nem Morita, ambos amarelados.

Em Alvalade, Héctor Bellerin acabou por ficar de fora do onze inicial após ter sofrido uma lesão no treino da última tarde, tendo surgido na equipa Ricardo Esgaio. No Arsenal, nota para a presença de dois portugueses: Fábio Vieira é titular e Mauro Bandeira, de 19 anos, é chamado pela primeira vez ao banco de suplentes dos gunners.

As honras do primeiro remate da tarde couberam a Pote. Saiu ao lado, mas era sinal de um bom começo. Perante um Arsenal a pressionar extremamente alto em Alvalade - Martinelli chegou a estar frente a frente com Adán na pequena área - o Sporting não se encolheu e teve em Gonçalo Inácio uma espécie de "queima linhas" que subia no terreno com a bola controlada. Sem saber responder a esse movimento, os ingleses foram sendo apanhados em contra pé, ora por um lado, ora por outro.

Seria avisado, ainda assim, não deixar esquecer, em Alvalade, que este Arsenal é o líder da Premier League e, embora valha o que valha, é sinal de que merece respeito. Embora com uma equipa ligeiramente refrescada - a começar por Turner na baliza e passando pela estreia de Kiwior -, continuavam em campo homens como Saka e Zinchenko ou a experiente dupla Xhaka e Jorginho no meio de tudo isto.

À frente destes dois, um velho conhecido: Fábio Vieira, a quem Alvalade não poupou assobios. Foi precisamente o português quem criou o que acabou por ser o 1-0. Do corredor direito, bateu um pontapé de canto e encontrou Saliba mesmo no limite da pequena área. Cabeceou praticamente sozinho para o golo.

Coates - de fora do próximo jogo - e Zinchenko acabaram por ver cartões amarelos após um desentendimento e o uruguaio só por muito pouco não viu o segundo logo no minuto seguinte. No banco, e com menos de 25 minutos jogados, Rúben Amorim já levava as mãos à cabeça. O plano parecia falhar, até que se inspirou no dos ingleses.

Corria o minuto 34 e o Sporting conquistava um pontapé de canto depois de um remate de Gonçalo Inácio que obrigara Turner a ir ao relvado. Ora, se o Arsenal já tinha marcado de pontapé de canto, porque é que os leões não podiam também fazê-lo? Não só podia, como o fizeram.

Edwards marcou um pontapé de canto e, como no lance inglês, Gonçalo Inácio saltou no limite da pequena área e cabeceou - sozinho como Saliba - para o golo do empate. Aos 21 anos, fez o primeiro golo da história do Sporting frente ao Arsenal.

Acordou o Sporting. Nem cinco minuto depois, já Turner andava outra vez pelo relvado, desta vez porque Edwards o obrigou a evitar o que seria o golo da reviravolta: a bola ia "puxada" ao poste. Adán - que tem tido uma época complicada - não quis ficar atrás e, aos 41', num novo pontapé de canto, evitou em cima da linha um golo após cabeceamento de Xhaka.

Até ao intervalo, não foi por falta de ocasião que o Sporting não deu mesmo a volta ao jogo. Turner perdeu a noção do que estava a fazer com a bola e perdeu-a com três adversários dentro da sua grande área. Edwards deslumbrou-se e desperdiçou a oportunidade.

E se a primeira parte tinha acabado com Turner a atrapalhar-se, a segunda abriu com Adán a mostrar que esta tarde estava mesmo em modo "segurança": Martinelli apareceu-lhe pela frente, o espanhol "cresceu" no espaço e defendeu para canto. O plano de Amorim parecia ter bases para começar a ganhar forma. E ganhou.

Edwards subiu pelo corredor direito, tirou o marcador direto da frente e deu a Esgaio que, já dentro da grande área, rematou cruzado para defesa de Turner. O norte-americano defendeu mais uma vez, mas pela frente apareceu-lhe um ponta de lança: Paulinho, de pé direito, encostou para o 2-1.

Estava em marcha plena o plano de Amorim. Em vantagem e a jogar em casa, a responsabilidade de garantir que vencia era agora apenas e só dos leões, que ainda assim perdiam, entretanto, Morita para a segunda mão em Londres, ao ver cartão amarelo. E porque um azar nunca vem só, o nipónico furou o plano logo de seguida.

Aos 61', foi apanhado por um remate de Xhaka e a bola acabou por ser desviada para o poste direito de Adán. O espanhol não conseguiu reagir a tempo - bem tentou - e acabou por sofrer mesmo o golo do empate.

Alvalade até podia perdoar o japonês, mas ainda estaria na dúvida quanto ao lance ocorrido imediatamente antes, quando Paulinho, praticamente sozinho, desperdiçou a oportunidade para o que seria o 3-1. Nas graças de Alvalade estava sim St. Juste, que tinha conseguido minutos antes aquele que foi o corte da tarde.

Chegava a altura de, a partir de um banco e do outro, mexer no jogo. Do lado inglês, Arteta lançou no jogo Partey, Gabriel Magalhães e Smith Rowe, sendo que antes já tinha lançado Tomiyasu. Já Amorim lançou primeiro Nuno Santos para o lugar de Trincão, e depois Diomandé e Chermiti para os lugares de Esgaio e Paulinho. St. Juste herdava o corredor direito.

Diomandé, chegado em janeiro a Alvalade, entrou em jogo como se nada fosse. Confiante e atrevido, do alto dos seus 19 anos entrava no relvado para defrontar o líder da Premier League como se nada fosse. Por ali, os ingleses não pareciam entrar. Nem por ali, nem por mais lado nenhum: no final de contas, 2-2.

Onze do Sporting: Adán; St. Juste, Coates e Gonçalo Inácio; Esgaio, Morita, Pedro Gonçalves e Matheus Reis; Edwards, Paulinho e Trincão.

Onze do Arsenal: Turner; White, Kiwior, Saliba e Zinchenko; Xhaka e Jorginho; Saka, Fábio Vieira e Reiss Nelson; Martinelli.

Suplentes do Sporting: Israel, Nuno Santos, Luís Neto, Diomande, Tanlongo, Mateus Fernandes, Essugo, Rochinha, Fatawu, Arthur Gomes, Jovane e Chermiti

Suplentes do Arsenal: Ramsdale, Hillson, Thomas Partey, Gabriel, Smith Rowe, Holding, Tomiyasu, Bandeira, Sagoe Jr., Smith e Walters.

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