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Na reta final, o percurso da Volta visita a Serra do Larouco e a Senhora da Graça, as duas últimas etapas antes do contra-relógio individual em Viseu. A Volta a Portugal começa em Lisboa e depois é sempre a subir. Fica para trás um ano de espera - com uma volta especial, numa versão fora da época de verão -, a prova rainha do ciclismo português está de regresso à estrada, apesar das restrições com que os atletas vão ter de lidar.
Neste regresso das camisolas coloridas ao asfalto, o percurso começa em Lisboa, com um primeiro desfile junto ao rio Tejo. Uma prova que, conta Joaquim Gomes, diretor da prova, na apresentação da Volta a Portugal, "deve marcar algum escalonamento" do pelotão. São cinco quilómetros em piso plano, com início em Belém, palco para os mais rápidos, tempo para o mais ávido dos ciclistas vestir de amarelo.
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No dia seguinte, a primeira etapa. Uma homenagem a Joaquim Agostinho, com abertura das portas do museu com o nome do ciclista. O "mito" fez os primeiros quilómetros na mesma região por onde passa a primeira etapa da Volta número 82. O trajeto estende-se pela Lezíria do Tejo até à cidade de Setúbal, rumo a sul, para depois, nos dias seguintes, começar a escalada a norte.
Ponte de Sor volta a receber a Volta a Portugal 23 anos depois de ter recebido a última partida. Seguem-se quilómetros - com a previsão de muito calor - no alto Alentejo e, até Castelo Branco. São estradas para começar a marcar diferenças entre os ciclistas, com possibilidade de chegada ao sprint.
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Da Sertã até à Torre ao terceiro dia, com ligação Covilhã - Penhas da Saúde - Torre a complicar a vida aos ciclistas. Palco para os trepadores com um final com contagem de especial de montanha. Ainda antes do descanso, etapa entre Belmonte e a Guarda, com uma passagem a Videmonte, ponto mais alto da região.
Entre Águeda e Santo Tirso, com escalada final de segunda categoria, na chegada ao Santuário de Nossa Senhora da Assunção. Neste percurso com passagem por várias cidades, muitas das equipas regressam à casa de partida e a concelhos que dão nome a equipas do pelotão.
Rumo a norte, partida da Avenida 5 de outubro em Viana do Castelo para a entrada na travessia da "Serra do Extremo", como é conhecida no ciclismo. Antes da chegada a Fafe, último prémio de montanha antes da chegada à cidade de Fafe.
Entre Felgueiras e Bragança a etapa mais longa da Volta a Portugal 2021. Percurso pela Estrada Nacional 216, passando por Valpaços, Torre de Dona Chama, Serra da Nogueira. Um desafio em final de volta, que pode abrir caminho a um final ao sprint. 193,2 km, a etapa mais longa.
À pernoita em Bragança, os ciclistas entram no dia seguinte um percurso de escalada até Montalegre. Os quilómetros finais na Serra do Larouco, segundo ponto mais alto de Portugal continental. A partir de Boticas, parte no dia seguinte, sábado, a 9.ª etapa, com chegada à Senhora da Graça. Pelo caminho percorreu Vila Real, Mondim de Basto, a aldeia histórica de Ermelo.
Viseu recebe o contra-relógio final, uma etapa citadina, numa das cidades que acolhe a volta de forma recorrente. São 20 km, a somar ao cansaço acumulado nas pernas, o peso de todas as contagens de montanha que ficaram pelo caminho. Um percurso final para os resistentes, para esgotar as reservas e esvaziar os cantis.
Dragão de várias cabeças
Há entre os ciclistas da W52-FC Porto uma competição interna que promete animar a Volta. Amaro Antunes venceu a Volta a Portugal na edição especial de 2021. João Rodrigues vestiu de amarelo no final da Volta de 2019 e quer repetir o feito. Joni Brandão persegue a vitória e está entre os favoritos. Vestem todos de azul, numa equipa que tem ainda o antigo campeão da volta Ricardo Mestre - venceu em 2011 -, Samuel Caldeira, Daniel Mestre e Ricardo Vilela.
A EFAPEL promete dar concorrência aos dragões com António Carvalho na liderança. Gustavo Veloso da Atum/ General/ Tavira (com vitórias nas Voltas de 2014 e 2015) é outra das ameaças. De regresso à Volta a Portugal estão os espanhóis da Movistar, com o colombiano Juan Diego Alba (23 anos) e Héctor Carretero (26).