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Especialistas avançam que um dos módulos do foguetão Falcon 9, que foi lançado em 2015 como parte de uma missão interplanetária da Space X, está em rota de colisão com a Lua e pode atingir o satélite natural da Terra a 4 de março. Miguel Gonçalves, astrónomo e comunicador de ciência, refere que este acontecimento pode dar mais dados sobre a Lua, um corpo sem atmosfera e que continua a ser um mistério.
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"Há alguma expectativa por parte da comunidade científica que isto possa servir ou dar alguns dados científicos, porque uma coisa é embater com a Terra, outra coisa é o embate de um objeto num corpo que não tem atmosfera e que apesar de todas estas missões ainda continua a ser um grande enigma", afirma, adiantando que a colisão do foguetão com a Lua "não apresenta nenhum problema".
Ouça aqui as declarações de Miguel Gonçalves à TSF

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O astrónomo explica o que poderá estar na origem deste fenómeno.
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"Quando há lançamento de satélites ou deste tipo de observatórios, os estágios superiores destes foguetões são depois colocados em rotas que não têm qualquer tipo de impacto e não criam nenhum tipo de problema quer à Terra quer à nossa Lua ou aos corpos circundantes, ou então têm combustível suficiente para se dirigirem novamente para a Terra e serem queimados pela atmosfera", argumenta, sublinhando que "foi o que aconteceu com este estágio do Falcon 9".
De acordo com Miguel Gonçalves, "no dia 4 de março, pelas 12h25, este estágio pode, de facto, colidir com o outro lado da Lua, aquele lado da Lua que não conseguimos ver a partir da Terra".
Miguel Gonçalves explica como é que acontecem estes fenómenos
Sete anos depois do lançamento da missão da Space X, o módulo superior do Falcon 9 acabou por ficar "abandonado" num local sem "combustível para regressar à Terra", nem "energia para escapar da gravidade Terra-Lua", explicaram os especialistas, que avançam que a colisão do foguetão com a Lua poderá acontecer em março.
De acordo com observadores do espaço, o foguetão, que pesa quatro toneladas, deverá colidir com a superfície da Lua a uma velocidade de 2,58km/segundo.
O local exato da colisão é incerto devido ao efeito imprevisível da luz solar sobre o foguetão e à "ambiguidade na medição dos períodos de rotação", que podem alterar ligeiramente a sua órbita. O analista de dados Bill Gray afirma que eram necessárias mais observações para ter uma ideia mais precisa sobre o tempo e a localização da colisão.
A jornalista Rute Fonseca resume as informações sobre o que poderá acontecer em março