Piratas informáticos que exigiram em agosto vários milhões de dólares ao hospital de Corbeil-Essonnes, a sul de Paris, divulgaram dados de saúde roubados num ciberataque, após a recusa do estabelecimento em pagar o resgate.
"Condeno com a maior firmeza a divulgação inqualificável dos dados pirateados do centro hospitalar de Corbeil-Essonnes", escreveu este domingo o ministro da Saúde francês, François Braun.
"Não faremos cedências a esses criminosos. Todos os serviços do Estado estão mobilizados", acrescentou, citado pela AFP.
O hospital garante cobertura sanitária a perto de 700 mil habitantes e a divulgação das informações de saúde representa um risco de chantagem ou de extorsão para as pessoas envolvidas.
Segundo o hospital, as informações divulgadas pelos piratas na dark web "parecem dizer respeito a utentes, ao pessoal e aos nossos parceiros".
Entre essas informações figuram "alguns dados administrativos", incluindo números de segurança social e "alguns dados de saúde, como relatórios de exames", afirmou o centro hospitalar.
Segundo Damien Bancal, autor de um blogue de cibersegurança, o Zataz.com, que consultou o ficheiro que divulga os dados, este contém documentos como exames médicos, recurso à cobertura médica universal (CMU) e uma autorização de internamento no serviço psiquiátrico.
De acordo com o Zataz, o ultimato dado pelos hackers ao hospital expirou em 23 de setembro.
O resgate fixado durante o ciberataque, no dia 21 de agosto, foi de 10 milhões de dólares, mas depois baixou para um ou dois milhões, segundo fontes que não foram divulgadas.
