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A NASA exige a devolução de material usado numa experiência científica que ia ser vendido em leilão na passada quinta-feira: um frasco com poeira lunar recolhida durante a missão Apollo 11, em 1969, e as baratas que o comeram.
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O leilão, anunciado em maio, tinha como objetivo vender 40 miligramas de pó proveniente da Lua e as carcaças de três baratas que foram alimentadas com esta poeira para tentar descobrir se continha algum tipo de patogénico que pudesse colocar em risco a vida terrestre.
Estimava-se que a venda pudesse superar os 400.000 dólares (cerca de 379.864 euros), mas a NASA acabou por travá-la, argumentando que todo o material ainda pertence ao governo norte-americano.
"Todas as amostras da Apollo, como estipulado nesta coleção de itens, pertence à NASA e nunca foi dada autorização a nenhuma pessoa, universidade ou qualquer entidade para as manter após análise, destruição ou uso por qualquer motivo, especialmente para venda ou exibição ao público", pode ler-se na carta enviada à leiloeira pela agência espacial norte-americana, a que a Associetes Press teve acesso.
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Noutra correspondência, datada de 22 de junho, o advogado da NASA apelou à RR Auction que entrasse em contacto com o atual detentor do material para facilitar a sua devolução ao governo federal.

Pó lunar
© Reprodução RR Auction
Mais de 21 quilos de pó lunar foram trazidos da Lua para a Terra durante a Missão Apollo 11. Algum foi dado como alimento a insetos, peixes e outros pequenos seres vivos para ver se lhes provocaria a morte.
As baratas que comeram poeira lunar foram levadas para a Universidade do Minosota, onde a estomatologista Marion Brooks as dissecou e estudou.
Nenhum inseto ficou doente ou morreu após consumir o pó, pelo que se determinou que não seria tóxico nem perigoso para a vida na Terra.
Depois dessa experiencia, contudo, o material nunca foi devolvido à NASA - acabou em exposição na casa de Marion Brooks, que morreu em 2007. A filha da investigadora vendeu o frasco com poeira lunar e as baratas em 2010, mas não é conhecido o nome do comprador.
Em declarações à AFP, o advogado da leiloeira RR Auction explicou que não é inédito os governos exigirem a devolução de itens em leilão, e que a empresa sempre pautou pelo cumprimeto da lei.
O leilão foi suspenso, para já, mas cabe ao atual detentor dos bens encontrar uma solução com a NASA.