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A NASA vai afundar a Estação Espacial Internacional, que vai deixar de estar em órbita a partir de 2031, no Oceano Pacífico. O anúncio foi feito pela agência espacial norte-americana, que planeia recorrer ao aluguer de estações de empresas privadas, como a Space X. Hugo Costa, diretor da Agência Espacial Portuguesa, explica que a estação está em fim de vida.
"A construção dela, no final da década de 90 e início dos anos 2000, foi desenhada, em cada um dos módulos, para durar cerca de dez anos. O último módulo foi construído e lançado para lá em 2010, portanto a vida útil da estação espacial seria até 2020", explica à TSF Hugo Costa.
Ainda assim vai continuar a operar durante mais tempo do que o previsto, mas o ano de 2031 é mesmo o limite. A partir daí volta à Terra. Ou melhor: ao oceano.
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"Para que a estação não fique a orbitar de uma forma descontrolada no espaço, aquilo que é feito é colocá-la numa órbita em que a estação se vá aproximando da Terra, acabando por entrar na atmosfera terrestre onde vai começar a queimar-se e cair no oceano, neste caso no Oceano Pacífico, naquele a que chamam o Ponto de Nemo porque é uma zona que não é habitada, não há lá nada, portanto não há espaço para causar danos", afirma o diretor da Agência Espacial Portuguesa.
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Daqui para a frente, sem Estação Internacional, a NASA tenciona passar a alugar estações a empresas privadas. Hugo Costa fala numa mudança de paradigma no setor.
"Temos visto a Space X a transportar astronautas e no ano passado até transportou turistas espaciais a bordo da sua nave. Há aqui uma mudança onde, cada vez mais, as entidades privadas vão ganhando maior predominância no setor espacial e aquilo que a NASA está a fazer é também essa mudança, optando cada vez mais por serviços privados que estarão ao dispor para fazer as experiências", considera.

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Com esta decisão, a NASA prevê poupar milhares de milhões de dólares que tenciona direcionar para novas explorações no espaço. Regressar à Lua e realizar viagens para Marte são objetivos e Portugal também está envolvido.
"As empresas portuguesas têm tecnologia que está a ser trabalhada para, por exemplo, aterrar na Lua. Temos também grupos de investigação, em diversos setores, e conhecimento para continuar nas futuras missões que poderão aparecer", acrescentou Hugo Costa.
Metas no horizonte com o fim da Estação Internacional, ao mesmo tempo que a Rússia e a China trabalham para ter estações espaciais próprias.