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Os Estados Unidos da América e a União Europeia acordaram esta sexta-feira a redução da dependência da Europa em relação ao gás proveniente da Rússia. Durante o anúncio, levado a cabo de manhã por Joe Biden e Ursula von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia explicou ainda que o acordo prevê que os Estados Unidos forneçam à União Europeia 50 mil milhões m³ de gás natural líquido ate final de 2030.
O presidente da empresa energética Endesa, Nuno Ribeiro da Silva, considera, em declarações à TSF, que o acordo é um esforço importante para fazer com que a Europa fique menos dependente da Rússia. Contudo, revela que é insuficiente para dispensar totalmente a compra de gás à Rússia.

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"Os fornecimentos da Rússia à Europa por gasoduto e por navio totalizam cerca de 167 mil milhões m³. É um contributo que não vai além dos 10% do consumo que a Europa solicita à Rússia regularmente, sobretudo por gasoduto. Mas é um primeiro passo, diria, no sentido de a Europa ficar menos dependente, menos ligada e menos sujeita aos fornecimentos russos", explica o presidente da Endesa.
Nuno Ribeiro da Silva explica que este é um primeiro passo para a Europa deixar de ser dependente da Rússia.
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Nuno Ribeiro da Silva avisa que a compra de gás aos Estados Unidos da América vai ter um custo acrescido para a Europa, devido à logística da operação. Ainda assim, Portugal e Espanha vão sair beneficiadas pelo acordo, por causa das condições geográficas e geológicas da Península Ibérica.
"O transporte por navio, o processo de transformar no ponto de origem o gás em gás líquido, depois o transporte por navio, depois chegar ao destino e ser regaseificado, é uma logística mais cara do que o fornecimento regular por gasoduto direto da origem para o destino. Mas, enfim, é o preço a pagar para acordar do adormecimento em que vivemos relativamente à dependência russa", argumenta Nuno Ribeiro da Silva.
O presidente da Endesa diz que os custos do gás vão aumentar.
Ainda este ano, os Estados Unidos da América vão fornecer à União Europeia mais 15 mil milhões de m³ de gás liquefeito. Entretanto, a Alemanha anunciou que vai reduzir para metade as importações de petróleo russo até ao fim de junho e planeia também acabar com a compra de carvão à Russia até ao outono.
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