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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nomeou esta terça-feira a atuação da China entre o rol de ameaças à Europa. A chefe do executivo comunitário falava no quartel-general da NATO, em Bruxelas após a assinatura da terceira declaração conjunta sobre a cooperação UE-NATO.
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A chefe do executivo comunitário defendeu o reforço da cooperação transatlântica, vincando que "a segurança da Europa está a ser posta a prova" e enfrenta ameaças sem precedentes. Ursula von der Leyen considera que a invasão russa da Ucrânia é mais próxima, mas não é uma ameaça isolada.
"As ameaças e os desafios russos são os mais imediatos, mas não são os únicos. Também estamos a assistir a uma tentativa crescente da China para redesenhar a ordem internacional para tirar benefício disso", afirmou Von der Leyen, defendendo que "por essa razão", é preciso "reforçar a própria resiliência".
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg fala em meios inovadores que desafiam a estabilidade das democracias, com "atores autoritários a desafiar os nossos interesses, os nossos valores e princípios democráticos através de meios militares, mas também políticos, económicos e tecnológicos".
"A crescente assertividade da China e as suas políticas apresentam desafios que temos de enfrentar", enfatizou Stoltenberg.
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A União Europeia e a NATO vão por isso reforçar a cooperação nas quatro áreas de maior urgência, nomeadamente "intensificar ainda mais o trabalho de combate às ameaças híbridas e ciberameaças, assim como o combate ao terrorismo", defendeu a chefe do executivo comunitários, salientando que há existe "uma cooperação muito estreita, mas queremos estendê-la e aprofundá-la".
As tecnologias disruptivas e o setor espacial ou as alterações climáticas são outras áreas de cooperação entre a NATO e a União Europeia, que pretendem ainda em conjunto tornar-se mais resilientes perante as novas ameaças.
"A resiliência das nossas sociedades, contra interferências estrangeiras maliciosas para manipular a informação e a resiliência das nossas infraestruturas críticas, contra todos os tipos de ataques, é crucial", sublinhou Von der Leyen, admitindo que "a sabotagem do Nordstream mostrou que precisamos de assumir mais responsabilidade pela segurança das nossas infraestruturas em rede".
A declaração conjunta para o reforço da cooperação entre Bruxelas e a NATO surge numa altura em que há cada vez mais vozes dentro da União Europeia a alertarem para as ameaças ao nível cibernético, através da utilização da rede social chinesa TikTok, como instrumento de espionagem e propaganda.
O presidente-executivo da TikTok, Shou Zi Chew, está esta terça-feira em Bruxelas para se encontrar a vice-presidente da Comissão Europeia, Margrethe Vestager, que tem entre mãos as principais leis no domínio digital. A empresa enfrenta questões do ponto de vista legal, de regulamentação e em matéria de segurança.