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A Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) apelou esta quinta-feira à calma no Estreito de Taiwan, aconselhando contra qualquer "ação provocatória" na sequência da visita a Taipé da líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.
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Numa rara declaração sobre este tipo de questões, os ministros dos Negócios Estrangeiros das dez nações da ASEAN, reunidos em Phnom Penh, capital do Camboja, expressaram preocupação com a possibilidade da situação poder "desestabilizar a região e eventualmente levar a um erro de cálculo, a um confronto sério, a conflitos abertos e a consequências imprevisíveis entre grandes potências".
Nancy Pelosi é a mais importante responsável norte-americana a visitar a ilha em 25 anos.
A visita causou indignação junto do Governo chinês, que respondeu nos últimos dias com sanções económicas a Taiwan, além da realização de exercícios militares com fogo real em seis zonas marítimas perto da ilha a partir de hoje, até domingo.
Washington tem também um porta-aviões e outro equipamento naval na região.
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Pequim reclama a soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província separatista desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para a ilha em 1949, depois de perderem a guerra civil contra os comunistas.
No comunicado da ASEAN, os ministros apelaram ainda à "máxima contenção" e a que os envolvidos "se abstenham de ações provocatórias".
"O mundo precisa urgentemente da sabedoria e responsabilidade de todos os líderes para defender o multilateralismo e a parceria, a cooperação, a coexistência pacífica e a competição saudável para os nossos objetivos comuns de paz, estabilidade, segurança e desenvolvimento inclusivo e sustentável", escreveram os chefes da diplomacia.
"Devemos agir em conjunto e a ASEAN está pronta a desempenhar um papel construtivo na facilitação do diálogo pacífico entre todas as partes", acrescentaram.
A ASEAN é constituída pelo Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar (antiga Birmânia), Filipinas, Singapura, Tailândia e Vietname.