Ataques em Moçambique. Pemba vai receber equipa para apoiar portugueses

Ministro dos Negócios Estrangeiros garante que ainda não há uma data fechada para o envio de militares portugueses que vão dar formação às forças especiais no país.

O ministro dos Negócios Estrangeiros revelou, esta segunda-feira, que seguiu de Maputo para Pemba uma equipa que vai dar apoio aos portugueses que vivem naquela região. Augusto Santos Silva não sabe ao certo quantos cidadãos nacionais vivem na capital da província de Cabo Delgado, mas revelou que são 15 as empresas portuguesas estabelecidas na cidade e garantiu que todos vão ter o apoio necessário, tendo em conta que a situação se mantém complicada.

"A situação continua difícil, continuamos sem ter comunicações com a vila de Palma. O que fizemos, no que diz respeito ao acompanhamento da situação em que se encontram os nossos compatriotas, foi deslocar uma equipa de Maputo para Pemba, que é liderada pela cônsul-geral em Maputo, e está lá com a missão de identificar e contactar, sistematicamente, todos os portugueses que se encontrem nessa cidade", explicou à TSF Augusto Santos Silva.

Ainda não há uma data fechada para o envio de militares portugueses que vão dar formação às forças especiais em Moçambique.

"A operação está em planeamento e, portanto, julgo que brevemente estaremos em condições de colocar datas mais precisas, mas essa é uma competência do Ministério da Defesa Nacional. Há uma missão que está a ser planeada e envolverá cerca de 60 militares portugueses. A sua missão será colaborar na formação de forças especiais moçambicanas", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros.

A nível europeu, Santos Silva espera que também venha a existir uma missão de apoio à formação dos militares do país.

"É muito difícil combater estas redes terroristas e os ataques que fazem. Procuram atingir civis e realizar ataques indiscriminados. Moçambique solicitou apoio também no domínio sanitário e logístico. A nossa missão é apoiar Moçambique, trabalhando com as autoridades moçambicanas numa causa que é de todos", reconheceu, à RTP, Augusto Santos Silva.

Dezenas de civis, incluindo sete pessoas que tentavam fugir do principal hotel de Palma, no norte de Moçambique, foram mortos pelo grupo armado que atacou a vila na quarta-feira. O comerciante português ferido já saiu da cidade e está em Joanesburgo. Segundo Santos Silva, "tem ferimentos com seriedade, mas está a ser tratado e acompanhado".

A violência está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes. O movimento terrorista Estado Islâmico reivindicou, esta segunda-feira, o controlo da vila de Palma.

A agência oficial do movimento, a Amaq, divulgou imagens da vila e reivindicou a ocupação do capital do distrito, junto à fronteira com a Tanzânia.

Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes, cujas ações já foram reivindicadas pelo autoproclamado Estado Islâmico, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora existam relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.

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