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Marina Litvinovich, um ativista em defesa dos direitos humanos, foi detida esta manhã à saída de casa, em Moscovo, depois de ter apelado aos russos para se manifestarem contra o ataque à Ucrânia. Foi ela que anunciou a detenção, no Telegram, mas manteve o apelo para que em diversas cidades se mostre que nem todos os russos estão de acordo com Putin.
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O Kremlin já avisou que quem participar em protestos será punido.
A principal ONG do país, o Memorial Human Rights Center, que tem ordens do supremo tribunal para fechar as portas, classificou esta guerra como um crime contra a paz e a humanidade. "Esta guerra vai ficar com uma marca de vergonha na história do país", considera.
O centro que foi criado para registar os abusos soviéticos evoluiu e teve um papel determinante ao revelar as atrocidades praticadas pelos militares durante as duas guerras da Chechénia. Esse papel valeu-lhe a perseguição do regime de Putin e a ilegalização, no final do ano passado.
Já Mikhail Khodorkovsky, o antigo homem de negócios, que esteve preso durante dez anos, defende que quem ajudar "esta junta é um criminoso de guerra."
Khodorkovsky escreveu ainda no Telegram "apelo a todos, estejam onde estiverem, para fazerem todos os esforços para travar a guerra."
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O comediante Maxim Galkin, uma estrela da televisão russa escreveu no Instagram: "Não há desculpa para a guerra. Não queremos um conflito."
Ivan Urgant, que alguns correspondentes na Rússia dizem ser o Steven Colbert russo, usou também o Instagram para se manifestar contra a operação militar na Ucrânia. O apresentador de televisão e ator escreveu: "Medo e dor. NÃO à guerra."
O analista político liberal Vladimir Pastukhov defende que esta invasão "é um erro de toda a nação". Num comentário na rádio Echo of Moscow, ele acrescentou que "o preço a pagar vai ser muito elevado e é assustador pensar nisso".
"Esta é uma guerra que Putin já perdeu. A ocupação da Ucrânia, direta ou indiretamente vá ser uma laço à volta do pescoço da Rússia", acrescenta.