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A procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, disse este domingo que o seu país identificou cerca de 500 pessoas suspeitas de terem cometido crimes de guerra durante a invasão russa.
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Falando numa entrevista ao canal de televisão britânico Sky News, Iryna Venediktova referiu que foram documentados pelo menos 5600 casos de crimes de guerra, incluindo o ataque com um míssil à estação ferroviária em Kramatorsk, no leste ucraniano (Donbass).
"Foi um míssil russo que matou mais de 50 pessoas [em Kramatorsk]. Essas pessoas apenas queriam salvar as suas vidas, queriam ser retiradas. Eram mulheres e crianças", afirmou a procuradora-geral, citada pela agência espanhola EFE.
Questionada sobre se o governo ucraniano tem provas da autoria russa desse ataque à estação ferroviária, Venediktova respondeu de forma afirmativa.
A procuradora-geral acrescentou que 90% das infraestruturas da cidade de Mariupol, no sul da Ucrânia, foram destruídas após os bombardeamentos que duraram semanas.
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"O que estamos a verificar, neste momento, é que os combates continuam na parte leste do país de forma absolutamente brutal e agressiva", afirmou, indicando que "as regiões de Donetsk, Lugansk e Kharkiv foram alvo de ataques esta noite".
Iryna Venediktova adiantou ainda que nas últimas horas houve registo de mais de 1.222 mortos na região de Kiev.
"O que estamos a observar no terreno, em todas as regiões da Ucrânia, são crimes de guerra, crimes contra a Humanidade", sublinhou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.