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O Banco Europeu de Investimento (BEI) disse esta sexta-feira, durante um seminário coorganizado pela presidência portuguesa da UE, que investiu um recorde de 5 mil milhões de euros para fomentar o crescimento económico sustentável em África.
"Em 2020, o Banco Europeu de Investimento disponibilizou 5 mil milhões de euros para novos investimentos públicos e privados em todo o continente africano, representando a maior intervenção anual do BEI em 55 anos de operações em África, bem como o maior apoio à ação climática e ao investimento em Estados frágeis", lê-se no comunicado distribuído pela organização no final da sessão desta manhã do Fórum de Investimento Verde UE-África, sob o tema "O futuro verde de África, novas vias de investimento para um desenvolvimento inclusivo sustentável", organizado pela Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia e pelo Banco Europeu de Investimento.
Este valor permitiu a mobilização de mais de 12 mil milhões de euros "em novos investimentos na melhoria da agricultura, na dinamização da eletrificação rural e no acesso a fontes de energias renováveis fora da rede, na habitação a preços acessíveis, nas comunicações, nos seguros climáticos e de resiliência climática para os pequenos agricultores, nos cuidados de saúde, bem como no acesso do setor privado ao financiamento", acrescenta-se no texto, que dá também conta de investimentos de 350 milhões de euros em projetos de energias renováveis.
"Em termos globais, o apoio do BEI ao investimento na África representou um aumento de 50 % em relação à intervenção no ano anterior", dizem os organizadores do encontro, salientando que nestes investimentos está o investimento na saúde pública, o acesso a vacinas contra a covid-19 e a aceleração do acesso ao financiamento para aumentar a resiliência económica e o combate à pandemia.
Entre os projetos implementados no ano passado, o BEI e a presidência portuguesa da UE elencam "58 projetos em 28 países africanos, incluindo o acesso a água potável limpa para mais de cinco milhões de pessoas no Egito, no Burkina Faso, no Quénia, em Madagáscar, em Moçambique e na Tunísia, a ligação de comunidades rurais a energia limpa no Chade, nas Comores, na Gâmbia, em Moçambique, no Ruanda e no Uganda e a transformação da gestão de resíduos em diversas cidades secundárias do Senegal".
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Do novo financiamento do BEI em África no ano passado, 3.400 milhões de euros, ou seja, "mais de dois terços, destinam-se a apoiar a ação climática, incluindo o aumento da utilização de energias renováveis e a melhoria do acesso a fontes de energia fora da rede, a melhoria da eficiência energética e a proteção das zonas urbanas e das infraestruturas estratégicas contra condições meteorológicas extremas e as alterações climáticas".
O fórum encerra um mês de diálogo entre europeus e africanos sobre desenvolvimento sustentável e investimento verde promovido pela presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) com a realização de 23 conferências virtuais, designadas "Green Talks", que arrancaram em 24 de março a partir de Dacar, capital do Senegal.
Portugal detém a presidência da União Europeia no primeiro semestre de 2021, tendo elegido a relação com África como uma das prioridades.