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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, denunciou esta sexta-feira os exercícios militares que a China está a realizar junto a Taiwan como uma "escalada significativa" da situação, que já incluiu um disparo de mísseis para a zona económica exclusiva do Japão, e considerou que "não há justificação" para as ações chinesas.
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"A China escolheu reagir de forma exagerada e usar a visita de Pelosi [a Taiwan] como pretexto para aumentar a atividade militar provocatória no Estreito de Taiwan", disse Blinken, citado pela Associated Press (AP), no Camboja, onde vão reunir-se os chefes da diplomacia dos EUA, China e Rússia, entre outros diplomatas.
Os Estados Unidos transmitiram também ao Japão uma posição de "forte solidariedade" depois das "perigosas ações da China", que esta quinta-feira atingiu, com cinco mísseis, águas da zona económica exclusiva japonesa.
Blinken revelou também que já tinha avisado o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, sobre a provável visita da líder do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi, a Taiwan.
"Antecipámos que a China poderia tomar medidas como esta - na verdade descrevemos este cenário exato", revelou o responsável norte-americano, ressalvando que "a visita foi pacífica", pelo que "não há justificação para esta resposta militar extrema, desproporcionada e que está a escalar".
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Pequim já disparou também mísseis balísticos para outras zonas do estreito e colocou caças e navios de guerra em redor de Taiwan, declarando múltiplas zonas de perigo em algumas das rotas marítimas mais movimentadas do mundo.
EUA dizem não querer alterar status quo
Pelosi classificou também como "ridículo" que a sua visita a Taiwan possa prejudicar a ilha e assegurou que o objetivo é manter o status quo internacional.
"A nossa delegação não procura alterar o status quo na Ásia ou Taiwan", disse Nancy Pelosi, durante uma conferência de imprensa na embaixada dos EUA na capital japonesa, Tóquio, a última paragem numa digressão asiática que também a levou esta semana a Singapura, Malásia e Coreia do Sul, democracias que procurou "celebrar" com a viagem.
"Isso é ridículo", disse Pelosi quando questionada sobre críticas de que a sua visita a Taiwan teria feito mais mal do que bem para o território, ao desencadear maciços exercícios militares chineses em redor da ilha e retaliação económica.