Blinken quer divergências EUA-China sobre Taiwan geridas de forma a evitar conflito

O secretário de Estado norte-americano sublinhou que sempre houve "muitas divergências quando se trata de Taiwan, mas por mais de 40 anos" se conseguiu gerir essas diferenças.

Estados Unidos e China devem tentar impedir que as suas divergências sobre Taiwan levem a um conflito, defendeu esta sexta-feira o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, perante crescentes tensões devido à possível visita à ilha da líder do Congresso.

Questionado esta sexta-feira em conferência de imprensa, Blinken recusou comentar o fundamento das notícias que apontam para uma possível visita a Taiwan da líder do Congresso norte-americano.

No entanto, o chefe de diplomacia norte-americana lembrou que o Presidente Joe Biden transmitiu ao homólogo chinês, Xi Jinping, durante a longa conversa telefónica entre os dois chefes de Estado na quinta-feira, que os Estados Unidos se opõem "fortemente aos esforços unilaterais" para mudar o estatuto de Taiwan.

"Temos muitas divergências quando se trata de Taiwan, mas por mais de 40 anos gerimos essas diferenças e fizemo-lo de uma maneira que preservou a paz e a estabilidade e permitiu que o povo de Taiwan prosperasse", sublinhou o secretário de Estado norte-americano.

Antony Blinken realçou que é "importante, como parte das responsabilidades partilhadas" entre os dois países, que a situação continue a ser "gerida ajuizadamente, para não gerar um conflito", e que EUA e China continuem "em comunicação sobre esta matéria".

"Acreditamos que as comunicações diretas entre os dois líderes são essenciais para cumprir estas responsabilidades", acrescentou.

A administração de Joe Biden está preocupada com as possíveis repercussões de uma visita a Taiwan de Nancy Pelosi, líder da Câmara dos Representantes e, por isso, uma das figuras mais altas do Estado norte-americano.

Pelosi, que há anos critica abertamente o regime de Pequim, não confirmou os seus planos para uma eventual visita, mas transmitiu que não apoia uma declaração de independência de Taiwan, que a China reivindica como parte de seu território.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, depois da derrota na guerra civil frente aos comunistas.

A China reivindica Taiwan como uma província separatista a ser reunificada pela força, caso seja necessário, e opõe-se a qualquer atividade da ilha enquanto entidade política independente.

As relações entre Taipé e Pequim estão mais tensas desde a eleição da atual chefe de Estado do território, Tsai Ing-wen, em 2016, que considera a ilha um Estado soberano e que não faz parte da China.

Apesar deste diferendo, Taipé e Pequim estão ligados por fortes relações comerciais e de investimento.

No entanto, Pequim é contra qualquer contacto oficial entre Taiwan e outros países.

Autoridades norte-americanas visitam esta ilha com frequência, mas a China considera que uma visita de Pelosi, uma das figuras mais altas do Estado norte-americano, seria uma grande provocação.

O Presidente dos EUA e o homólogo chinês mantiveram esta quinta-feira uma longa conversa telefónica, centrada nas tensões sobre Taiwan, que levaram Xi Jinping a avisar Joe Biden para não "brincar com o fogo".

Os norte-americanos não mantêm relações oficiais com Taiwan, sobretudo porque Washington é o principal fornecedor de armas para a ilha e seria seu maior aliado militar em caso de guerra com o gigante asiático.

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