Bolsonaro nega entregar faixa presidencial em caso de fraude nas eleições brasileiras

Lula da Silva, que recentemente viu anuladas as condenações no âmbito do processo Lava Jato, recuperou os direitos políticos e voltou a ser elegível. O antigo Presidente brasileiro lidera agora a corrida para as presidenciais de 2022.

O Presidente do Brasil ameaçou que não vai entregar a faixa presidencial caso considere ter existido fraude nas eleições de 2022, e voltou a defender o voto impresso.

"Eu entrego a faixa presidencial para qualquer um que ganhar de mim na urna de forma limpa. Na fraude, não! Não podemos enfrentar eleições no ano que vem com essa urna que não é aceite em país nenhum do mundo. (...) Querem-nos impor goela abaixo para fazer voltar aquela quadrilha. Vão ter problemas, não é ameaça, é constatação. O povo não vai admitir isso aí", disse Jair Bolsonaro, na habitual transmissão em direto na rede social Facebook, na quinta-feira.

Na transmissão, o chefe de Estado referiu-se ao antigo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, ao afirmar que "o ladrão" só será eleito com "fraude".

"Tiraram o Lula da cadeia, os crimes são inacreditáveis. (...) Tiraram o ladrão da cadeia, tornaram o ladrão elegível, no meu entender para ser Presidente na fraude, porque no voto ele não ganha de ninguém", alegou.

"Não quero problemas e nem dezenas de milhões de brasileiros que vão às urnas. Estou apresentando, via Congresso, uma maneira de não termos como desconfiar do resultado final das eleições. Não podemos enfrentar eleições do ano que vem com essa urna que está aí", reforçou.

Lula da Silva, que recentemente viu anuladas as condenações no âmbito do processo Lava Jato, recuperou os direitos políticos e voltou a ser elegível.

O antigo Presidente brasileiro lidera agora a corrida para as presidenciais de 2022, de acordo com as últimas sondagens, e poderia derrotar Bolsonaro na primeira volta.

Nem Lula, nem Bolsonaro, cuja popularidade tem diminuído muito nos últimos meses, confirmaram oficialmente a candidatura em 2022, mas ambos já admitiram essa possibilidade.

Na transmissão em vídeo no Facebook, Jair Bolsonaro criticou ainda os juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) por, afirmou, estarem a interferir no poder legislativo para barrar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que institui o voto impresso no país.

"Parece até que esses juízes [do STF] estão negociando alguma coisa com o legislativo", disse, acrescentando: "Isso é horrível para a democracia. Nós não podemos aceitar essa interferência deslavada no legislativo".

Na quinta-feira, Bolsonaro troçou do "super pedido" de destituição, entregue na quarta-feira na Câmara dos Deputados, e que uniu vários partidos políticos, parlamentares da oposição, ex-aliados e movimentos sociais.

Bolsonaro classificou os signatários de "pessoas que não têm o que fazer" e argumentou que "a maioria" do Parlamento está "sintonizada" com o Governo.

Entre os signatários do pedido de destituição estão os deputados federais Alexandre Frota e Joice Hasselmann, ex-aliados de Bolsonaro, que fizeram campanha a favor da sua eleição, em 2018.

"Esses dois que assinaram, gastaram tinta da caneta, não é? Assinaram o 'super impeachment'. Eu estou dando risada desses dois otários. Faltou vocês me trazerem aqui as acusações: genocida, não usa máscara, fez passeata de mota. São pessoas que não têm o que fazer", afirmou o chefe de Estado, sem referir nomes.

Bolsonaro criticou ainda a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que decorre no Senado brasileiro para investigar alegadas falhas do Governo na gestão da pandemia de covid-19, classificando-a de "vergonha".

"O que a CPI contribuiu para evitar ou diminuir o número de mortes? O que eles fizeram? Nada. É só um inferno o tempo todo, tentando de toda maneira atingir o Governo", disse, acusando os senadores de oposição de só fazerem intrigas.

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