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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, mostrou-se satisfeito com a aprovação do Pacto de Glasgow para o clima, no sábado, na COP26, que tem como objetivo acelerar o combate contra o aquecimento global, mas admitiu que a alegria está "tingida de deceção".
"A minha alegria com o progresso está tingida de deceção", declarou Boris este domingo, sem esquecer "aqueles para quem a mudança climática já é uma questão de vida ou morte e exigiam para esta reunião um alto nível de ambição".
No entanto, o governante também se mostrou "imensamente orgulhoso" do acordo concluído.

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"Glasgow marcou o início do fim da energia proveniente do carvão. É uma conquista fantástica e apenas uma de muitas da COP", acrescentou Boris Johnson.
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O ponto dos combustíveis fósseis foi um dos mais controversos na primeira versão da decisão final preparada pela presidência britânica da COP26, que encorajou "uma aceleração da saída do carvão e do financiamento dos combustíveis fósseis".
Este ponto acabou por ser atenuado na versão final, após insistência de vários países, em particular da China e Índia.
A alteração foi proposta pelo ministro do Ambiente indiano, Bhupender Yadav, que no plenário de encerramento da COP26 pediu para mudar a formulação de um parágrafo em que se defendia o fim progressivo do uso de carvão para produção de energia sem medidas de redução de emissões.
A proposta acabou por ser aprovada pelo presidente da cimeira, Alok Sharma, que afirmou de voz embargada "lamentar profundamente a forma com este processo decorreu".
O documento final aprovado, que ficará conhecido como Pacto Climático de Glasgow, preserva a ambição do Acordo de Paris, alcançado em 2015, de conter o aumento da temperatura global em 1,5ºC (graus celsius) acima dos níveis médios da era pré-industrial.