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O Ministério da Saúde do Brasil recomendou esta sexta-feira a suspensão da vacinação contra a Covid-19 de adolescentes, devido à "desordem" que existe em alguns Estados do país, que anteciparam a imunização dos jovens.
"A vacinação nas idades entre 12 e 17 anos deveria começar esta quinta-feira", segundo o programa nacional de imunização, mas muitas regiões do país anteciparam-se em algumas semanas, o que tem dificultado a administração dos imunizantes disponíveis, disse o ministro da Saúde brasileiro, Marcelo Queiroga, em conferência de imprensa.
"Como podemos coordenar uma campanha nacional dessa maneira?", questionou Queiroga, que criticou o facto de alguns Estados do país terem aplicados diversas vacinas em adolescentes, quando, segundo o Ministério da Saúde, a única autorizada para jovens é a do laboratório Pfizer.

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De acordo com o governante, é do conhecimento do Ministério que "outros tipos de vacinas estão a ser aplicadas em adolescentes, como a da AstraZeneca, Janssen e Coronavac", que ainda não foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa, órgão regulador do Brasil) para menores de 18 anos.
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Pelos cálculos da tutela da Saúde, nas últimas semanas um total de 3,5 milhões de adolescentes foram vacinados em vários Estados do país e há suspeitas de mais de mil "reações adversas", além de uma morte, cuja relação com a vacinação está sob investigação.
Queiroga destacou que a suspensão da vacinação de adolescentes não se aplica apenas aos casos de jovens que sofram "deficiências permanentes, comorbidades ou que estejam privados de liberdade".

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O ministro destacou que o país deve avançar na vacinação de forma unificada e que, para que o Ministério da Saúde possa administrar adequadamente a distribuição de antígenos aos Estados, as regiões "não podem" ignorar o plano nacional de imunização.
A decisão gerou diversas reações nas unidades federativas que já começaram a vacinar adolescentes, embora a maioria tenha afirmado que seguirá a recomendação.
O Brasil, com mais de 588 mil mortes e 21 milhões de infetados, é o segundo país do mundo com mais vítimas mortais, depois dos Estados Unidos, e o terceiro com mais casos, antecedido pelos norte-americanos e pela Índia.
O país tem cerca de 213 milhões de habitantes, dos quais, segundo dados oficiais, cerca de 137 milhões de brasileiros já receberam a primeira dose e outros 73 milhões têm o esquema vacinal completo.
A Covid-19 provocou pelo menos 4 656 833 mortes em todo o mundo, entre mais de 226,31 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.