- Comentar
Um canal de televisão estatal russo emitiu uma reportagem que simulava os efeitos de um ataque nuclear contra o Reino Unido.
Relacionados
"Se Rússia usar a arma nuclear, acaba com Humanidade, não com a guerra"
Tartan com cores da Ucrânia faz sucesso na Escócia
Costa aceita convite do primeiro-ministro ucraniano para visitar Kiev
A Rússia podia fazer com que a "Grã-Bretanha afundasse nas profundezas do mar", usando um míssil subaquático comandado à distância chamado Poseidon, afirmou o apresentador do canal Rossiya-1, Dmitry Kiselyov, muitas vezes descrito como "o porta-voz de Putin".
"A explosão deste torpedo termonuclear na linha costeira britânica causaria um tsunami gigantesco, com ondas de até 500 metros de altura", carregadas com doses extremas de radiação que "tornaria o que restasse num deserto radioativo".
And another nuclear threat to the UK from Russian state TV's Dmitry Kiselyov:
He says his country's Poseidon nuclear underwater drone could cause a tsunami that would "plunge the British Isles into the depths of the sea" and turn them into a "radioactive desert" (with subs) pic.twitter.com/usElgqHeIG
O mesmo apresentador afirmou que o primeiro-ministro britânico tinha ameaçado a Rússia com um ataque nuclear devido à guerra na Ucrânia, o que não é verdade.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
"Porquê ameaçar grande Rússia com armas nucleares quando se está numa ilha tão pequena", questionava Dmitry Kiselyov na peça.
Boris Johnson tem manifestado inúmeras vezes apoio à Ucrânia, tendo inclusive visitado o país em abril, mas nunca ameaçou diretamente a Rússia com violência armada. O mais perto, escreve o Washington Post, terá sido o comentário da secretária de Estado para os Assuntos Externos, Elizabeth Truss, que disse que o Reino Unido "continuaria, mais rápido e mais depressa, a tentar retirar a Rússia da Ucrânia".
Vários políticos irlandeses já condenaram a transmissão da reportagem, escreve esta quarta-feira o britânico The Guardian. O primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin, descreveu a reportagem como "uma tática sinistra e intimidatória", exigindo à Rússia um pedido de desculpas, enquanto o legislador Neale Richmond, apelou à expulsão do embaixador da Rússia na Irlanda.