- Comentar
O número de doentes com sintomas graves de Covid-19 internados nos hospitais chineses atingiu o pico no dia 5 de janeiro, disseram esta sexta-feira as autoridades de saúde do país, tendo caído mais de 40% desde então.
Relacionados
China lança campanha para "retificar rumores" sobre Covid-19 durante Ano Novo Lunar
Espanha acaba com máscara obrigatória nos transportes em fevereiro
Vinte pessoas detidas na China por participarem em protestos contra política zero Covid
"O número de doentes com Covid-19 em estado crítico nos hospitais atingiu o pico no dia 5 de janeiro e caiu 44,3%, até 17 de janeiro", afirmou o diretor do Departamento de Emergências Médicas da Comissão Nacional de Saúde, Guo Yanhong, num comunicado publicado esta sexta-feira no portal oficial da agência.
O número de visitas aos departamentos de atendimento a pessoas com febre nas clínicas atingiu o pico no dia 23 de dezembro, segundo Guo, que acrescentou que o número deste tipo de consultas caiu 94%, entre essa data e 17 de janeiro.
Segundo o responsável, os centros de saúde estão atualmente a atender um número de pacientes semelhante ao registado antes do dia 7 de dezembro, quando Pequim começou a desmantelar a política de zero Covid.
As salas de emergência dos hospitais do país asiático registaram o nível máximo de atividade no dia 2 de janeiro e o número de pacientes atendidos caiu 44%, em 17 de janeiro, face a esse pico, apontou Guo.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
"A proporção de doentes com Covid-19 no total de pacientes que visitam os hospitais tem diminuído gradualmente", explicou o diretor, que acrescentou que 99,5% das consultas realizadas em 17 de janeiro foram realizadas a pessoas que não padecem de Covid-19.
No caso dos doentes internados nas clínicas, 85% não estavam infetados com Covid-19 nesse dia, informou o responsável.
Nas últimas semanas, o país registou cenas de grande pressão hospitalar e problemas no acesso a medicação. As autoridades foram criticadas pela súbita retirada das medidas de prevenção contra a Covid-19, sem a preparação adequada.
O Conselho de Estado (Executivo) exortou, em meados de dezembro, as autoridades locais a dar prioridade aos serviços de saúde nas zonas rurais "para proteger a população", apontando a "relativa escassez de recursos médicos" face ao elevado número de deslocações previstas durante o Ano Novo Lunar, que arranca esta sexta-feira.
Trata-se da maior migração interna do planeta e coincide, este ano, com o fim da política de zero casos de Covid-19, que durante quase três anos restringiu o fluxo interno de pessoas no país.
Segundo um estudo recente da Universidade de Pequim, cerca de 900 milhões de pessoas contraíram já Covid-19 na China, depois de o país ter desmantelado a política de zero Covid, na sequência de protestos realizados em várias cidades do país.
A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou, no último sábado, um total de 59.938 mortes, entre 8 de dezembro e 12 de janeiro deste ano.
O número de mortes diárias por Covid-19 na China pode ascender a 36 mil, durante as férias do Ano Novo Lunar, segundo um estudo difundido na quarta-feira pela empresa britânica de análise da área da saúde Airfinity.