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A agência de saúde pública do Reino Unido admite que possa existir uma ligação entre os casos de hepatite aguda em crianças e a Covid-19. A conclusão foi publicada num documento a que a TSF teve acesso, e que foi o ponto de partida da reunião de emergência do Centro Europeu de Controlo de Doenças, esta quarta-feira.
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A lista, em ordem decrescente, para causas prováveis começa com a possibilidade de um caso de adenovírus associado a outro fator, como: suscetibilidade, devido falta de exposição durante o período da pandemia; infeção prévia com o coronavírus ou outra infeção, incluindo um efeito restrito da variante Omicron; uma nova variante do adenovírus; a exposição a uma toxina ou droga.
Além dessas causas, também está a ser estudada a possibilidade de existir uma nova variante do adenovírus; a exposição a uma droga ou toxina por si só; uma nova patologia que está a agir sozinha ou em coinfeção e, por fim, também existe a possibilidade de se tratar de uma nova variante do vírus SARS-CoV-2.
Ouça as explicações do diretor do Programa Nacional para as Hepatites Virais da DGS, Rui Tato Marinho
A principal pista para descobrir a origem do surto continua a ser o adenovirus, detetado em 40 das 53 crianças doentes testadas em Inglaterra. O que ainda não se sabe é se se trata de uma alteração genética ou de uma variante conhecida. Por isso, está a ser estudada uma eventual ligação a uma infeção anterior com a Covid-19, uma infeção simultânea, ou até uma nova variante.
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Em declarações à TSF, o diretor do Programa Nacional para as Hepatites Virais da DGS, Rui Tato Marinho, acredita que a possibilidade de ligação entre os casos de hepatite aguda em crianças e a Covid-19 é "muito remota".
Contudo, as investigações, segundo o diretor, são normais porque houve um cenário de "pandemia como não víamos há mais de 100 anos" e, na sua opinião, "é importante pensar nisso, mesmo que seja para depois se dizer que não".
O Reino Unido é, até agora, o país com mais casos registados de hepatite aguda pediátrica, ainda de origem desconhecida. Para se perceber a origem dos casos, foram estudadas 81 crianças britânicas com sintomas, mas ainda nada consegue explicar a infeção que atinge crianças saudáveis em vários pontos do mundo ao mesmo tempo.
Em Portugal, ainda não há registo de casos de hepatite aguda atípica. Rui Tato Marinho garantiu que toda a comunidade está "preparadíssima" para receber eventuais casos, mas, até ao momento, não há motivos para alarme.