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Morreu Colin Powell, o primeiro secretário de Estado norte-americano negro, cuja liderança ao longo de várias administrações republicanas marcou a política internacional nos últimos anos do século XX e os primeiros anos do século XXI.
Colin Powell tinha 84 anos, e a morte foi comunicada pela família na rede social Facebook. "Perdemos um marido, pai e avô notável e amoroso, e um grande americano", escreveu a família, num comunicado.
Powell foi o primeiro afro-americano a ocupar o cargo de chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, antes de se tornar o chefe da diplomacia norte-americana sob a presidência republicana de George W. Bush.
O general foi uma peça chave no Governo de George W. Bush na luta contra o terrorismo, após os ataques de 11 de setembro de 2001, tirando proveito do conhecimento adquirido em particular pela sua passagem como chefe do Estado-Maior Conjunto, onde chegou em 1990.
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Em 1989, Powell foi o estratego da invasão militar norte-americana do Panamá, que visou derrubar o ditador Manuel Noriega, cujo sucesso lhe valeu a atribuição da responsabilidade da operação Tempestade no Deserto, durante a Guerra do Golfo (1990-91).
Ouça o comentário do investigador Tiago Moreira de Sá, do Instituto Português de Relações Internacionais, sobre a vida de Colin Powell
Powell retirou-se da carreira militar em 1993, mantendo a sua atividade nessa área limitada a dar conferências e a escrever livros, tendo sido por várias vezes apontado como um possível candidato do Partido Republicano, apesar da sua condição de independente.
Em 2008, contudo, Powell manifestou publicamente o seu apoio à candidatura presidencial do democrata Barack Obama, no seu primeiro mandato.

George W. Bush e Colin Powell
© AFP
A popularidade de Powell disparou após a vitória dos Estados Unidos durante a Guerra do Golfo. Em meados dos anos 1990, Colin Powell foi mesmo considerado um dos principais candidatos a tornar-se o primeiro Presidente negro dos Estados Unidos. No entanto, a sua reputação ficaria para sempre manchada quando, como primeiro secretário de Estado de George W. Bush, levou aos limites a influência da inteligência, perante a oposição das Nações Unidas, de forma a defender a Guerra do Iraque, que mais tarde viria a designar como uma "mancha" na sua história.
* Atualizado às 13h57