Combates no Donbass. "Ação ofensiva russa bem-sucedida na região pode isolar tropas ucranianas"

A região do Donbass é uma zona de confronto entre ucranianos e forças separatistas pró-russas há oito anos. O general Luís Pinto Ramalho lembra na TSF que este não é um local desconhecido para a Ucrânia e defende que o possível isolamento das tropas ucranianas é "uma situação complicada".

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que as forças russas começaram na segunda-feira a ofensiva contra o leste da Ucrânia, intensificando os combates na região do Donbass, controlada em parte pelos separatistas pró-russos. Em declarações à TSF, o general Luís Pinto Ramalho lembra que a região do Donbass é local de confronto entre ucranianos e forças separatistas pró-russas há oito anos.

"Penso que é a zona por excelência onde as forças ucranianas há oito anos se instalaram. A zona não é uma zona de operações desconhecida dos ucranianos, pelo contrário, estão no seu país, estão ali há oito anos a opor-se às repúblicas separatistas. É uma zona que os ucranianos conhecem e organizaram bem", diz.

O general, que preside ao grupo de reflexão estratégica independente, um grupo de militares que analisa questões de segurança e conflito, defende que o objetivo russo no terreno passa por isolar as tropas ucranianas.

"A questão de fundo é que uma ação ofensiva com sucesso pode isolar essas forças do abastecimento logístico que necessitam para combater. Se houver uma ação a partir de Kharkiv até Dnipro e de Dnipro até Mikolaiv, se essa ação tiver êxito, as forças ucranianas que se opõem no Donbass estão numa situação complicada, porque estão isoladas de Kiev e de todo o apoio que lhes é crucial", explica.

O general Luís Pinto Ramalho explica ainda que a Rússia pode criar novas zonas de influência, tal como aconteceu no passado com Donetsk e Lugansk e, agora, com as regiões de Mikolaiv e Kherson.

Desde o anúncio da retirada das suas tropas da região de Kiev que Moscovo concentrou as suas forças no leste da Ucrânia, que tem sido alvo de bombardeamentos frequentes desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.

Uma ofensiva em grande escala contra o Donbass, por parte dos russos, tem vindo a ser anunciada pelo Exército ucraniano há várias semanas.

Grande parte da região do Donbass é controlada pelos separatistas pró-russos das autoproclamadas repúblicas de Lugansk e Donetsk.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou o início da invasão com a realização de uma operação militar na Ucrânia para salvar os russos de Donbass de um "genocídio" orquestrado por "neonazis" ucranianos.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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