- Comentar
Os dois candidatos às eleições presidenciais encontram-se cinco anos depois de um debate traumático na memória da União Nacional. A candidata Marine Le Pen falhou em 2017 no debate frente a Emmanuel Macron, que aproveitou os erros da adversária para somar pontos.
Relacionados
Parlamento Europeu vai investigar escândalos de espionagem com o 'software' Pegasus
Portugal já entregou a Bruxelas proposta de orçamento em que admite "incertezas"
Na altura, a candidata de extrema-direita apontou o cansaço como motivo da derrota, desta vez, Marine Le Pen recolheu-se durante 48 horas para treinar em debates fictícios. E um dos pontos de ataque vai ser o balanço dos cinco anos de Emmanuel Macron à frente do país.
"Este é um momento que permite debater projeto contra projeto, evocar o balanço de Macron, claro que este vai ser um momento fundamental da campanha", declarou Marine Le Pen.
Ouça aqui a reportagem da TSF
Emmanuel Macron antecipa os ataques: "Vamos ser bombardeados com o balanço do nosso quinquénio. Temos que desmascarar o projeto Le Pen e esmiuçá-lo."
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
"Ela teve muito tempo para se preparar para este debate. Eu sempre encarei estes debates e discussões com o maior rigor", defendeu Emmanuel Macron, sabendo que o duelo vai ser mais difícil do que em 2017. O Presidente candidato também se vai recolher para apontar notas e estudar argumentos.
Mas qual vai ser o comportamento adotado esta noite durante o debate?
Para Marine Le Pen, é certo: Evitar a agressividade e apostar em confortar os eleitores, apontam membros da equipa da União Nacional. Do lado d'A República em Marcha, Emmanuel Macron quer arrasar o programa da adversária de extrema-direita.
Marine Le Pen prepara-se para o debate. A candidata não agendou nada para segunda e terça-feira. "O debate está a ser preparado", advertiu o seu porta-voz, Sébastien Chenu, que explica que "Marine Le Pen se preferiu isolar com membros da equipa''. Um dos conselheiros vai vestir-se de Emmanuel Macron para simular debates e treinar todas as temáticas possíveis de se abordar esta quarta-feira à noite.
A candidata "mudou", explica Sébastien Chenu. Está "mais serena" e adquiriu "uma certa forma de maturidade política", afirma o porta-voz da União Nacional. Em 2017, o debate foi desastroso para Marine Le Pen, que se mostrou agressiva e pouco preparada contra Emmanuel Macron, e muitos analistas acreditam que o debate contribuiu para a derrota da candidata de extrema-direita.
Este ano trata-se de "confrontar duas visões da sociedade, do país", explica fonte próxima de Marine Le Pen. A candidata conta com experiência no terreno, depois de uma campanha a percorrer a França e a falar com franceses. "Ela está em campanha desde setembro", lembrou Sébastien Chenu.
Emmanuel Macron quer arrasar o programa da União Nacional
"Convencer, convencer, convencer", esse é o estado de espírito do presidente-candidato, explica Christophe Castaner, o presidente do partido A República em Marcha na Assembleia Nacional garante que o candidato quer "voltar a assuntos [sobre os quais] existem diferenças reais com Le Pen", como é o caso da Constituição ou da adesão à União Europeia.
"É tempo de mostrar as verdades sobre quem é Marine Le Pen", resume o presidente do partido A República em Marcha na Assembleia Nacional.
Emmanuel Macron vai ter de se mostrar humilde nas horas decisivas. A arrogância, por vezes censurada ao chefe de Estado nos últimos cinco anos, deve ser banida para atacar, com calma, o programa da sua adversária.
"O desafio é ser persuasivo e convincente sem assumir um tom excessivamente professoral", sublinha o membro da campanha do candidato Macron, para quem este vai ser o primeiro debate da campanha.