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A Agencia Internacional para a Energia Atómica revela que a Coreia do Norte terá reativado um reator nuclear utilizado para a produção de plutónio. É a primeira vez desde 2018 que surgem indícios da utilização deste equipamento de cinco megawatts na região de Yongbyon, a Norte de Pyongyang.
A agência das Nações Unidas para a energia nuclear descreve num relatório que, em julho deste ano, há sinais de descargas de água que terá sido utilizada para arrefecer o reator, o que caracteriza como "profundamente preocupante".
As agências internacionais foram impedidas de inspecionar a utilização dos reatores pelas autoridades de Pyongyang há já 12 anos, pelo que os relatórios são agora produzidos tendo por base imagens de satélite.
A Coreia do Norte está sujeita a diversas sanções internacionais devido justamente aos programas de armas nucleares e mísseis balísticos, que apresentaram um rápido desenvolvimento sob o regime de Kim Jong-un. "Desde o início de julho, tem havido indicações, incluindo a descarga de água, consistente com a operação do reator ", disse a Agência Internacional de Energia Atómica no seu relatório anual.
A notícia da possível reativação do reator surge em seguimento de uma outra, de que Pyongyang também estará a utilizar um laboratório radioquímico para separar o plutónio do combustível removido do reator. Estes sinais constituem, para agência alocada à ONU, uma "violação clara" das resoluções das Nações Unidas.
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Um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA garantiu que Washington está ciente do relatório e em estreita coordenação com os países parceiros. "Este relatório ressalta a necessidade urgente de diálogo e diplomacia, para que possamos alcançar a desnuclearização completa da Península Coreana", declarou o funcionário à AFP. "Continuamos a procurar o diálogo com a Coreia, para que possamos questionar esta atividade relatada e todas as questões relacionadas com a desnuclearização."
Apesar de Biden já ter demonstrado vontade de conseguir uma abordagem conciliada, "prática e calibrada", com esforços diplomáticos, para persuadir a Coreia do Norte de avançar com o enriquecimento nuclear, Pyongyang não tem dado sinais de que desistirá do arsenal nuclear.