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Os ministros das Finanças da zona euro deram esta quinta-feira luz verde ao desembolso da sétima tranche no montante de 758 milhões de euros, relativa a medidas de alívio da dívida, por considerar que Atenas cumpre todos os requisitos.
Eurogrupo deu ainda parecer positivo à avaliação de Bruxelas, que considera que apesar das "dificuldades" causadas pela pandemia e pela guerra, Atenas não faltou aos "compromissos assumidos".
Os ministros "tomaram nota" da intenção da Comissão Europeia de "não prolongar a vigilância reforçada" à Grécia, que vai expirar a 20 de agosto de 2022.
"Isto, combinado com a abolição anterior dos controlos de capital e o reembolso integral dos empréstimos do FMI, restauraria as condições de normalidade na Grécia pela primeira vez desde 2010", refere a nota emitida no final da reunião do Eurogrupo, que decorreu no Luxemburgo.
Mensagem aos gregos
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Para o presidente do Eurogrupo, Pascal Donohoe trata-se de um "momento importante" para a Atenas e para a moeda única. Mas, Donohoe quis deixar também uma mensagem aos gregos.
"Quero reconhecer neste dia enormemente importante para a Grécia, também os anos de dificuldade para o povo grego, no desafio que implicou alcançar este ponto com grande dificuldade e custo", afirmou.
"Ao mesmo tempo que estamos aqui a reconhecer um desenvolvimento económico muito importante, também quero estar consciente de muitos momentos de exigência para os gregos, até este ponto", sublinhou o irlandês.
O Eurogrupo acompanhou a avaliação em que a comissão europeia considera que Atenas adotou todas "as ações necessárias" para responder aos compromissos, "apesar das circunstâncias difíceis causadas pela pandemia e agora pela guerra".
O presidente do Eurogrupo entende que o momento é para saudar o percurso do país durante mais de uma década de crise
"Há poucas forças mais poderosas do que a combinação da solidariedade europeia e os governos nacionais com o apoio das populações, colocando em prática decisões sensíveis e eficazes, que vão funcionar para os próximos anos", afirmou, vincando que "a combinação dessas duas circunstâncias trouxe-nos para um momento de progresso que durante muitos anos pareceria impossível".
Erros?
O comissário europeu da Economia, Paulo Gentiloni admite que nem sempre o remédio foi o mais indicado e "o facto de estarmos a avançar para uma conclusão positiva desta crise, não quer dizer que nestes 10 ou 12 anos não tenha havido erros".
Gentiloni não especificou a que erros se referia, preferindo dizer que que "há lições" da crise grega que dão os instrumentos para as crises do presente.
"Em primeiro, é a nossa a unidade. Em segundo a capacidade para tomar decisões rápidas. Foi esse o caso em muitas ocasiões, mas nem sempre, durante esta crise. E, em terceiro, a interacção entre política orçamental e política monetária, que foi muito importante", apontou.
Vigilância
A situação económica e financeira da Grécia continuará ainda assim a ter um acompanhamento "no contexto da vigilância pós-programa vigilância e o Semestre Europeu".
"O MEE continuará a acompanhar a capacidade de reembolso da Grécia, ao abrigo do Sistema de Alerta Prévio, em conformidade com as disposições existentes", refere a nota final do eurogrupo, salientando que "as grandes reformas e investimentos também continuariam a ser monitorizados no contexto da entrega do plano de recuperação e resiliência da Grécia"