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O autarca de Kiev decretou um recolher obrigatório de 36 horas a partir desta terça-feira à noite. Após vários ataques russos, o Presidente da Câmara da capital ucraniana, Vitali Klitschko, classificou este momento como "difícil e perigoso".
O recolher obrigatório durará desde as 20h00 locais (18h00 em Lisboa) desta terça-feira até às 07h00 locais (05h00 em Lisboa) de quinta-feira.
Além disso, e "por decisão do comando militar ucraniano", as deslocações serão proibidas "sem autorização especial", exceto "para ir para a refúgios subterrâneos antibombardeamento", disse.
Klitschko sublinhou que a capital vive um momento difícil e perigoso, referindo-se aos últimos bombardeamentos russos que atingiram bairros residenciais e provocaram a morte de dezenas de pessoas.
A circulação na cidade "sem um passe especial passa a ser proibida, pelo que só se pode sair para chegar a casa", explicou o presidente da capital ucraniana.
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O autarca pediu ainda a todos os habitantes de Kiev que se preparem para a obrigação de ficar em casa durante dois dias ou, caso soe um alarme, para se recolherem num abrigo.
Durante a madrugada desta terça-feira, um novo ataque atingiu um edifício residencial de 15 andares em Kiev, provocando a morte a pelo menos duas pessoas.
"Dois cadáveres foram encontrados no local", na sequência do ataque, e 27 pessoas foram retiradas ilesas do edifício, onde deflagrou um incêndio, indicaram os serviços de emergência ucranianos, na rede social Facebook.

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Um outro ataque atingiu um prédio de nove andares no noroeste da capital ucraniana, disseram os mesmos serviços.
O ataque causou um incêndio, que foi rapidamente extinto pelos bombeiros, e obrigou à hospitalização de um ferido.
Os serviços de emergência ucranianos disseram que um outro ataque causou um incêndio numa casa no distrito de Ossokorky, no sudeste de Kiev, sem causar vítimas.
A agência de notícias ucraniana Ukrinform mencionou pelo menos quatro explosões esta manhã em Kiev.
Os combates intensificaram-se nos últimos dias em torno de Kiev, que está quase completamente cercada. Mais da metade de seus três milhões de habitantes fugiram. A capital está "sitiada", segundo um assessor do presidente ucraniano.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
