- Comentar
Os deputados franceses estão reunidos no hemiciclo, onde vão ser apresentadas duas moções de censura que podem fazer cair o Governo de Elizabeth Borne, e que levaria à retirada da reforma do sistema de pensões. A votação acontece pelas 18h00 locais (17h00 em Lisboa). Enquanto isso, os franceses mobilizados contra o texto estão a suster a respiração.
Relacionados
Governo francês resiste a duas moções de censura
Macron recebe apoio parlamentar após sobreviver a moção de censura
Milhares de pessoas protestam nas ruas desde quinta-feira passada. Será que os protestos vão ser suficientes para que alguns deputados votem a favor das moções apresentadas pela oposição? O cenário é improvável, para a maioria dos manifestantes.
O jogo político começou com o recurso do artigo constitucional 3 do artigo 49.º - os manifestantes tentaram até esta tarde serem ouvidos pelos deputados, que votam duas moções contra o Governo.
"Não acredito neste jogo. Acho que é só espetáculo porque o que pretendem é que o Governo caia, mas depois Emmanuel Macron chama e cria alianças com a direita d'Os republicanos. Esta moção só conduz a uma aliança. Os deputados de esquerda estão à frente da porta há muito tempo à espera de entrar no Governo", defende Mathieu, um manifestante que acredita que a moção de censura pode ser aprovada, mas sem consequências.
Contrariamente ao que se possa esperar, a oposição espera recuperar votos necessários para demitir o Governo na ala de direita d"Os Republicanos. "Vamos lá ver o que acontece porque tudo vai depender de cerca de 20 votos, mas nós aqui (nas ruas) não vamos parar até que a reforma seja retirada", defende o membro do sindicato SUD, Yves.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Jean, reformado, mostra-se solidário com o movimento social defende existirem outras frentes a esta reforma: "Temos o lado institucional, depois o Conselho Constitucional ou até o referendo, mas no fundo, talvez um dia Emmanuel Macron compreenda que o que importa é representar todos os franceses".
Uma crítica dirigida a Emmanuel Macron. "Temos uma última opção: que a lei não seja promulgada e imaginar que Emmanuel Macron seja tão inteligente quanto ele pensa ser e decida não promulgar esta lei", afirma Vincent.
Aconteça o que acontecer esta tarde, esses milhares de franceses mobilizados desde janeiro querem acreditar que nem tudo está totalmente perdido.