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Vários incêndios começaram, durante a madrugada, no maior campo de refugiados na ilha grega de Lesbos e levaram à fuga de milhares de refugiados do campo de Moria. O campo está destruído e Thomas Von Der Osten-Sacken, da associação Stand by me Lesvos, assegura que há feridos e vítimas mortais.
"Já estivemos no campo, temos boas relações com pessoas de lá e estivemos toda a noite em contacto, mas temos de esperar pelos números da autoridades.

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O número de feridos não é certo porque as pessoas também não estão a ser bem contadas", explica em declarações à TSF, revelando que recebeu relatos de que "há várias pessoas feridas e há pessoas que morreram", apesar de não ter como o verificar.
Thomas Von Der Osten-Sacken explica ainda que há ainda muita gente por alojar, apesar de alguns migrantes já estarem a ser acolhidos noutros campos. "Está a acontecer uma reunião de urgência do governo, mas como podemos organizar esta quantidade de tendas e abrigos em 24 horas", questiona.
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O responsável da associação garante que o campo ficou praticamente destruído e que as pessoas perderam tudo, sendo que arderam os contentores do campo principal e nas outras zonas muitas tendas estão inabitáveis.
"A zona está completamente queimada. Está tudo cheio de cinzas e ainda há fumo e não é possível usar as tendas. Todas as instalações do campo foram afetadas", conta, recordando que durante a noite, quando esteve no local, a eletricidade foi abaixo.
"Basicamente, é um desastre num sítio que já de si é um desastre", realçou.
Thomas Von Der Osten-Sacken confirma que o fogo começou no campo devido a uma revolta entre os migrantes que foram colocados em quarentena depois de testarem positivo para a Covid-19 e o responsável assegura que já esperava algo do género.
"Já andávamos a avisar desde março que isto podia acontecer. Aliás, na segunda-feira à noite, tivemos uma reunião onde voltámos a dizer que se estas diretivas relativamente à quarentena de doentes Covid continuassem, íamos ter problemas muito grandes. E 24 horas depois, isto acontece. Por isso, não estou surpreso de todo. Estava já à espera disto", refere o membro da associação.
O residente da câmara da principal cidade da ilha disse aos jornalistas que há mais de 12 mil migrantes a serem vigiados pela polícia numa autoestrada. Além do incêndio, a Covid-19 é uma das preocupações das autoridades porque alguns dos migrantes testaram positivo para o novo coronavírus.