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Os fãs dos Beatles aplaudiram a divulgação de imagens inéditas da banda em digressão no Japão após uma feroz batalha judicial por causa do vídeo de 35 minutos. As imagens silenciosas a preto e branco da única visita da banda britânica ao país, em 1996, foram gravadas pela polícia como medida de segurança. Mostram os músicos a descer de um avião com quimonos a condizer e a atuar para uma multidão arrebatadora na arena de Budokan, em Tóquio, bem como as operações policiais nos bastidores.
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No entanto, estas imagens têm uma particularidade: todos os rostos, exceto os dos membros dos Beatles, foram pixelizados por questões de privacidade. Este fator foi essencial para os fãs e defensores da liberdade de informação, que travaram uma longa e sinuosa batalha exigindo que as filmagens permanecessem sem censura.
Levaram o caso até ao Supremo Tribunal do Japão, argumentando que o vídeo é um "documento histórico" e apelando às autoridades para que se pudesse divulgar a versão original. Apesar dos apelos, o tribunal rejeito o pedido em 2018 e a filmagem foi divulgada no final de setembro, depois de quatro anos de trabalho de pixelização.
"O filme viu a luz pela primeira vez... Tenho a certeza de que os estudiosos e fãs dos Beatles em todo o mundo lhe darão muita atenção", explicou à AFP esta segunda-feira Satoshi Shinkai, chefe do grupo cívico que travou a batalha legal com as autoridades e fã da banda.
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Os Beatles continuam a ser muito populares no Japão, mas fizeram uma única digressão no país, com cinco concertos, e foram seguidos por legiões de fãs. Agora, a polícia deu ao grupo de Shinkai, que divulgou as imagens no YouTube argumentando que era quase impossível identificar as pessoas nas filmagens mais de 50 anos depois.
Para Satoshi Shinkai, que também é advogado, o pixelismo facial a que o vídeo foi sujeito mostra a "mentalidade retrógrada" do Japão em relação à divulgação de informação e as suas "visões encobertas sobre a cultura".

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