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Dois Juízes do Supremo Tribunal dos EUA tentaram na quarta-feira apaziguar as controvérsias em torno do uso da máscara dentro da instituição, expondo a sua amizade num raro comunicado conjunto, "mesmo discordando em questões legais".
"As cláusulas que a juíza Sotomayor pediu ao juiz Gorsuch para usar uma máscara surpreenderam-nos. São falsas", escreveram num pequeno texto.
Desde a semana passada, o juiz conservador Neil Gorsuch é o único dos nove magistrados do Supremo Tribunal a não cobrir a face durante as audiências, apesar do aumento de contaminação por Covid-19 em Washington, devido à variante Ómicron.
Por sua vez, a progressista Sonia Sotomayor, que tem diabetes e, portanto, é mais vulnerável ao vírus, nunca retirou a máscara e, desde o início do ano letivo em janeiro, participa nas audiências através de áudio, no escritório.
Por consideração à magistrada, o presidente do Supremo Tribunal, John Roberts, pediu a todos os juízes - que não receberam as três doses da vacina contra a Covid-19 - que usassem máscara, mas Neil Gorsuch terá recusado, segundo divulgou hoje a rádio pública norte-americana NPR.
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A utilização da máscara é um marco político muito forte nos Estados Unidos, onde a obrigação de cobrir a cara, vigente em determinados locais, é considerada uma violação das liberdades individuais por grande parte da direita.
Os magistrados do Supremo Tribunal gostam de referir que estão acima das lutas políticas e insistem na colegialidade do seu trabalho, mas, no entanto, estão a ter mais dificuldade em esconder as profundas diferenças entre a sólida maioria direita (seis juízes) e a minoria de esquerda (três).
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