"É uma guerra total da Rússia à Ucrânia, não podemos ficar de braços cruzados", diz Borrell

Ministros da Defesa da União Europeia coordenam envio de armamento à Ucrânia.

Os ministros da defesa da União Europeia reúnem-se esta segunda-feira de urgência para decidir a estratégia conjunta para a entrega de "equipamento letal" de defesa às tropas ucranianas.

Os ministros da defesa vão articular entre os 27 a melhor forma de converter em material para uso militar uma verba de 500 milhões de euros aprovada, no domingo, pelos governos europeus.

Pela primeira vez na história, a União Europeia deu ordem para aquisição de material de guerra com capacidade letal, dividindo o montante em 450 milhões de euros para arqueação de diversos tipos de armamento, para ser entregue à Ucrânia.

Um montante de 50 milhões de euros é direcionado à compra de equipamento de proteção como capacetes e coletes balísticos, outro material tático.

Portugal vai entregar coletes, capacetes, óculos visão noturna, granadas e munições de diferentes calibres, rádios portáteis completos, repetidores analógicos e espingardas automáticas G3.

A Polónia já se ofereceu para servir como base logística e como corredor de acesso à Ucrânia. E a Roménia disponibiliza aviões de combate mim 29 de tecnologia russa, para serem pilotados em Missões táticas por pilotos ucranianos

Com o território ocupado em várias frentes, os 27 vão coordenar também formas de introduzir o equipamento em solo ucraniano, garantido que é entregue às forças armadas do país.

O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa e de Defesa, Josep Borrel reconheceu tratar-se de "um momento histórico".

"É a primeira vez na história em que o estamos a fazer. Todos concordaram e pelo menos não obstruíram esta decisão", afirmou Borrell, numa referência à unidade entre os 27, relativamente à defesa da Ucrânia.

Já esta manhã justificou a decisão sem precedentes, dizendo, numa declaração na rede social Twitter, que está em causa uma ameaça que "nunca aconteceu antes" na história da construção europeia.

"A União Europeia está a fazer algo que nunca fez antes porque estamos perante algo que nunca aconteceu antes", afirmou Borrel, enfatizando que perante "a guerra total da Rússia à Ucrânia, não podemos ficar de braços cruzados", afirmou Borrell.

A resposta europeia inclui também um novo agravamento das sanções à Ucrânia, com novos nomes e entidades acrescentados à lista anterior.

"Inclui oligarcas russos e homens de negócios, e personalidades políticas com um papel determinante no sistema do sistema de Putin, na Rússia. Aqueles que disseminam propaganda e [também] a nível militar [são incluídos na lista]", afirmou o chefe da diplomacia europeia.

Outra das decisões adotadas erradica a aviação russa dos céus da Europa. Como resultado, "nem um único avião será capaz de aterrar ou descolar dos aeroportos da União Europeia", especificou.

A União Europeia adotou igualmente medidas imediatas contra a propaganda russa, já que para o Alto Representante da Ação Externa da UE, "Putin não quer apenas conquistar o país, mas também conquistar o pensamento das pessoas".

"Temos de combater isso. Vamos banir o canal Rússia Today e o Sputnik de emitirem na União, porque eles são os campeões da manipulação da informação", afirmou.

ACOMPANHE AQUI A ESCALADA DE TENSÃO ENTRE A RÚSSIA E A UCRÂNIA

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