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A menos de uma semana do arranque da cimeira do clima, em Glasgow, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen afirma que é altura de "acelerar a descarbonização da economia".
Esta manhã na sessão de abertura da semana europeia da energia sustentável, que decorre em ambiente virtual, Ursula von der Leyen afirmou que o compromisso de Bruxelas é descarbonizar, e considera que a União deve tornar-se menos dependentes dos combustíveis tradicionais.
Na cimeira europeia, na semana passada, os 27 pediram a Bruxelas que considerasse a compra conjunta de combustíveis fósseis para fazer frente à escalada dos preços.
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Mas a presidente da Comissão defendeu a aposta em fontes alternativas de energia, para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.
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"A Europa importa atualmente 97 por cento do petróleo que consome, 44 por cento do carvão, e 90 por cento de gás", frisou a presidente, concluindo que uma tal circunstância "torna a nossa economia extremamente vulnerável às flutuações de preços nos mercados globais de energia, e dependentes".
"Pelo contrário, os custos de produção de energias renováveis permaneceram estáveis. Na realidade, até decresceram nos últimos anos", apontou.
Por essa razão, entende que a conclusão a retirar é que "tem de se acelerar a transição dos combustíveis fósseis, para a energia renovável", pois "cada Kilowatt produzido a partir de energias renováveis, não é apenas um seguro contra a subida dos preços da energia, também reduz a nossa dependência das importações de energia, tornando as nossas economias e as nossas sociedades mais resilientes, e o nosso planeta um local mais saudável".
Ursula von der Leyen defende a "microprodução de energia limpa", através de "painéis fotovoltaicos", para as famílias, e a aposta em fontes alternativas de energia, como o "hidrogénio verde".
"O hidrogénio verde é a forma perfeita para nos ajudar a atingir a neutralidade climática. Vai ajudar-nos a limpar algumas das nossas indústrias mais poluentes, [como] o aço, o alumínio, e o transporte de mercadorias. É por isso que já em 2030, queremos aumentar a produção de hidrogénio para 10 milhões de toneladas. É altura de mudarmos a tecnologia do hidrogénio, dos laboratórios para as fábricas, e para a vida do dia a dia das pessoas", defendeu.
A declaração de Ursula von der Leyen surge dois dias após a cimeira em que os 27 discutiram estas ações possíveis da União Europeia, face ao problema geral da escalada dos preços.
Nas conclusões da cimeira lê-se que Bruxelas admite estudar a compra conjunta de gás, embora sem dar qualquer garantia. De resto, a presidente da Comissão já tinha defendido a aposta na energia livre de emissões de carbono, dando um sinal contrário aos pedidos de governos como os de Espanha, França, Itália, Grécia, República Checa, e Roménia.
Os 27 pediram que a Comissão Europeia estude "o funcionamento dos mercados do gás e da eletricidade, bem como do mercado das emissões de carbono da União Europeia", devendo posteriormente, avaliar eventuais irregularidades e o comportamento comercial, no mercado da energia, que mereçam a medidas de Bruxelas.
No curto prazo, os Estados deverão aplicar as medidas sugeridas pela Comissão Europeia, para uma ajuda direcionada às famílias mais desprotegidas, e para as empresas, "tendo em conta a diversidade e especificidade das situações dos Estados-Membros".
A União Europeia deverá também "considerar a aplicação rápida de medidas de médio e longo prazo", que contribuam para tornar "acessíveis" os preços da energia.
Mas para já não avança a compra conjunta de gás e "combustíveis" como defendeu também Portugal e França. "A médio e longo prazo, é muito claro, a estratégia é investir em energia limpa e renovável, porque esta é energia de confiança, porque é produzida na Europa, e é o futuro", tinha já afirma na sexta-feira, Ursula von der Leyen.
O tema volta ao debate no concelho extraordinário de Transportes, Telecomunicações, e Energia, Marcado para a esta terça-feira. Sendo que o Conselho Europeu promete manter a situação sob análise e colocará a novamente a escalada do preço da energia, na agenda da cimeira de dezembro.