- Comentar
Os Estados Unidos apresentaram esta terça-feira condolências pela morte do antigo presidente de Angola José Eduardo dos Santos, recordando o seu papel na luta pela independência e na transição para a paz na era pós-colonial.
Relacionados
Família e representantes do Estado angolano negoceiam exéquias de Eduardo dos Santos
Governo angolano contrata advogados para apoiar viúva de José Eduardo dos Santos
Lei angolana não prevê exceções para detenções, mas pode haver acordos
"Os Estados Unidos apresentam condolências pela morte do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos. Ele desempenhou um papel importante na história de Angola, durante a sua luta pela independência, como Ministro dos Negócios Estrangeiros e como Presidente", lê-se num comunicado do Departamento de Estado norte-americano.
Na mesma nota, o ministério chefiado por Antony Blinken recorda que, na sequência da "longa e dolorosa guerra civil", José Eduardo dos Santos dos Santos "supervisionou a notável reintegração e transição para a paz do país durante a complexa era pós-colonial".
A Guerra Civil Angolana, entre 1975 e 2002, foi considerada uma guerra por procuração da Guerra Fria, com União Soviética e Estados Unidos a apoiarem os dois lados opostos, respetivamente o comunista Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido de José Eduardo dos Santos, e a anticomunista União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).
"Os Estados Unidos continuam empenhados em fortalecer sua parceria estratégica com Angola e aprofundar a relação entre o povo americano e angolano", conclui ainda o comunicado.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
O ex-Presidente de Angola José Eduardo dos Santos morreu em 08 de julho, aos 79 anos, numa clínica em Barcelona, Espanha, após semanas de internamento.
O Governo angolano decretou sete dias de luto nacional e declarou que pretende fazer um funeral de Estado em Luanda, decisão a que se opõe uma das filhas, Tchizé dos Santos, afirmando que essa não era a vontade do pai, e que José Eduardo dos Santos não queria ser sepultado em Angola enquanto João Lourenço estiver no poder.
Eduardo dos Santos sucedeu a Agostinho Neto como Presidente de Angola, em 1979, e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, pontuada por acusações de corrupção e nepotismo.
Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o atual Presidente, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no governo desde que o país se tornou independente de Portugal em 1975.