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O presidente do Eurogrupo, Pascal Donhoe, promete para breve (já em março) uma discussão sobre as próximas etapas de ajudas à economia, a contar com possíveis insolvências de empresas "não-viáveis".
"Assim que a fase de recuperação iniciar, passaremos para medidas mais direcionadas, com a questão difícil de como identificar empresas viáveis, que continuarão a precisar da nossa ajuda", afirmou Donhoe, apontando para um "quadro de insolvência que deve ser adotável, com vista a minimizar os estragos económicos".
"Estamos cientes que podem esperar-nos tempos difíceis. A maior parte das empresas, certamente, têm um futuro próspero. Mas, claro que muitas empresas vão precisar de tempo para equilibrarem as contas. E, claro que haverá algumas que não serão viáveis no curto prazo, devido à alteração das circunstâncias sanitárias", disse no final da reunião, conduzida a partir de Dublin, por videoconferência.
"Estamos cientes que podem esperar-nos tempos difíceis". Reportagem de João Francisco Guerreiro
Durante o encontro, o comissário da Economia, Paolo Gentiloni informou os ministros sobre as conclusões do mais recente relatório com as perspetivas macroeconómicas intercalares de inverno e alertou sobre "as implicações sociais" de quaisquer decisões que venham ser tomadas.
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"Precisamos de tomar as medidas certas, com vista a resolver os desafios das insolvências das empresas, nos próximos meses e anos, com as implicações sociais das nossas decisões no primeiro plano do nosso pensamento", defendeu, alertando que "estamos a lidar com empregos, trabalhadores, pessoas, e não apenas com entidades abstratas".
Dois especialistas da organização mundial de saúde participaram na reunião, apontando para um futuro incerto, a nível sanitário. "Ambos destacaram que um elevado nível de incerteza persiste", afirmou o presidente do Eurogrupo, Pascal Donhoe, referindo-se "especialmente em relação à circulação do vírus, e do aparecimento de novas variantes".
Em sentido positivo, Donhoe disse que "eles também elucidaram sobre o enorme sucesso que tem sido feito, em termos de testes, tratamento, e vacinação, desde que o coronavírus apareceu, há um ano".
"Os responsáveis da Organização Mundial de Saúde também sublinharam o conceito de que ninguém está a salvo, até que todos estejam a salvo", destacou o comissário Paolo Gentiloni, apontando "a importância da iniciativa global para as vacinas, elogiando a boa cooperação com a Comissão Europeia, por exemplo, com a iniciativa da Covax".
"Precisamos de fazer, - e vamos fazer -, tudo o possível" para um vacinação "bem sucedida", a qual, afirma o comissário, "é também crucial para a recuperação económica". Gentiloni reconhece, porém, que "o que quer que aconteça à nossa economia, também depende das nossas decisões, e não apenas no papel das vacinas".