Evitar "crise de inverno". Médicos britânicos pedem regresso de restrições

Os especialistas da saúde alertam que pode surgir "uma crise de inverno", caso a Inglaterra não implemente um "plano B", em que é previsto o uso obrigatório de máscaras em locais fechados, o regresso do teletrabalho e os passaportes sanitários em caso de agravamento da situação.

Com o inverno a chegar e a pandemia longe de ter um fim à vista, os médicos britânicos pedem que algumas restrições sejam imediatamente reintroduzidas devido ao aumento de novas infeções e hospitalizações por Covid-19 na Inglaterra. Isto se o país quiser evitar "uma crise de inverno".

De acordo com a BBC News, o apelo é da NHS Condeferation, que representa as organizações de serviços de saúde, e que defende que deve ser implementada uma estratégia de recurso, ou "plano B", que inclui o uso obrigatório de máscara em espaços fechados, o regresso do teletrabalho e os passaportes sanitários em caso de agravamento da situação.

O secretário de Estado dos Negócios e da Energia britânico, Kwasi Kwarteng, não considera que seja a hora certa para pôr em prática este "plano B" e pediu que as pessoas adiram às vacinas de reforço.

A menor taxa de hospitalização e mortalidade relativamente a janeiro mostrou que "este é um vírus com o qual estamos a aprender a conviver", disse Kwarteng em declarações citadas pela BBC News, não querendo comprometer os "ganhos duramente conquistados", nomeadamente a reabertura da economia e o retorno à normalidade.

"Não quero voltar a uma situação em que temos bloqueios", afirmou, acrescentando que "até agora a nossa abordagem está a funcionar".

Os casos no Reino Unido têm aumentado drasticamente, mas as mortes estão bem abaixo do pico do inverno. Durante sete dias consecutivos, os casos diários de Covid-19 na Inglaterra estiveram acima de 40 mil, com 43.738 novas infeções registadas na terça-feira. O número de pacientes hospitalizados aumentou em 10% em apenas uma semana, com 7.749 internamentos na segunda-feira. Na terça-feira, foram registadas 223 mortes, o maior número desde março, elevando o balanço total para quase 139 mil vítimas mortais.

O plano A do governo britânico para lidar com a pandemia durante este inverno é composto por vacinas de reforço oferecidas a cerca de 30 milhões de pessoas, a vacinação com apenas uma dose para crianças saudáveis dos 12 aos 15 anos e a recomendação do uso de máscara em lugares fechados.

Matthew Taylor, chefe da NHS Confederation, instou o governo a adotar o "plano B" para evitar que os hospitais fiquem sobrecarregados.

"O serviço de saúde está bem no limite", referiu em declarações citadas pela BBC News, sublinhando a necessidade de implementar medidas preventivas para evitar uma nova crise.

Com base numa campanha de vacinação de sucesso e com o desejo de reabrir uma economia que foi muito afetada pela pandemia, o primeiro-ministro Boris Johnson acabou em julho com a maioria das restrições na Inglaterra.

Segundo a AFP, o governo afirmou, na terça-feira, que está a "monitorar de perto" uma nova subvariante (AY4.2) que se propaga no Reino Unido, mas os cientistas ainda não determinaram se é ou não mais contagiosa. O aumento de casos é atribuído por alguns especialistas ao nível reduzido de vacinação entre os menores de idade, à redução da imunidade nos idosos que já se vacinaram há muitos meses e à abordagem muito liberal do governo britânico ao tema.

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