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O antigo ministro do Interior do Níger Ousmane Cissé (2010-2011) foi detido na sexta-feira por alegada implicação em duas tentativas de golpe de Estado, disseram hoje duas fontes distintas à agência AFP.
"Ousmane Cissé, ex-ministro do Interior, foi colocado na prisão de Birni N'Gaouré (sul do Níger) pela sua implicação em duas tentativas de golpe de Estado frustradas em março de 2021 e mais recentemente em março de 2022", disse à agência francesa um responsável nigerino, sem adiantar pormenores.
Uma fonte dos serviços prisionais confirmou à AFP que o ex-ministro "foi encarcerado numa prisão em Birni N'Gaouré", a uma centena de quilómetros ao sul da capital.
Cissé foi levado para a esquadra de polícia e ouvido durante várias horas por um juiz que o colocou sob custódia, explicou o responsável nigerino.
Segundo a AFP, desconhecem-se os crimes de que é acusado e o papel que possa ter tido nos dois golpes falhados.
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Em 31 de março de 2021, o Governo do Níger anunciou a detenção de várias pessoas após uma tentativa de golpe de Estado, dois dias antes da posse do atual Presidente, Mohamed Bazoum.
O alegado cérebro dessa tentativa de golpe, Sani Gourouza, capitão da força aérea, foi detido em abril de 2021 no Benim e entregue às autoridades do Níger.
A detenção de Ousmane Cissé "está também ligada ao último golpe de Estado frustrado, de março de 2022, quando o Presidente Bazoum se encontrava na Turquia", acrescentou a mesma fonte.
As autoridades não anunciaram publicamente este segundo golpe falhado.
Ousmane Cissé, de 60 anos, é oficial de polícia e foi ministro do Interior de 2010 a 2011 no Governo de transição constituído pelo general Salou Djibo, líder da junta militar que derrubou o antigo Presidente Mamadou Tandja em fevereiro de 2010.
A junta do general Djibo organizou eleições que foram ganhas pelo histórico opositor Mahamadou Issoufou, que se aposentou do poder em 2021, após dois mandatos, para passar o cargo ao seu herdeiro aparente Mohamed Bazoum.
Cissé foi conselheiro do Presidente Issoufou e ocupou importantes cargos, incluindo o de diretor geral da polícia nacional e de diretor geral da segurança externa.
Foi embaixador para o Chade e a República Centro-Africana desde 2016 até fevereiro último.